quinta-feira, 31 de março de 2011

Globalização, multiculturalismo e preconceito

Olá, pessoal!

Aproveitando as infelizes declarações dadas essa semana pelo deputado Jair Bolsonaro do Partido Progressista, resolvi escrever sobre alguns temas que de certa forma estão intimamente relacionados: globalização, multiculturalismo e preconceito.


O Multiculturalismo é sobretudo a existência de muita culturas em uma mesma sociedade ou organização. Segundo MOORE & LEWIS (2000), as primeiras organizações multiculturais surgiram em Ashur, capital do domínio assírio, entre os anos 2000 a.C. e 1700 a.C., quando algumas de suas "empresas" abriram subsidiárias na Babilônia, Síria e no norte do atual Iraque.

Obviamente que, desta forma, percebemos a ligação entre Multiculturalismo e Globalização. Quanto menos "fronteiras" o mundo possui, mais multicultural ele se torna.

Não é fácil a adapação a outras culturas e povos.  Li recentemente que o Internacional de Porto Alegre contrata diversos jogadores argentinos para que haja fácil adaptação destes ao nosso país. Essa prática já havia sido pensada pelo Boca Junior com jogadores colombianos.

Poderia encher o texto de definições e teorias visto que li diversos artigos e já escrevi alguns trabalhos sobre Multiculturalismo, mas o objetivo deste texto é mostrar a consequencia do despreparo das sociedades e ornanizações a este fenômemo sem volta: racismo, homofobia e bullying.

O despreparo às diferenças culturais é tão grande que por causa dela o mundo começou a perder o seu velho senso de humor e razão. Já não sabemos mais distinguir a linha tênue que divide humor, arte e preconceito.

Um exemplo recente é o processo que o livro Tintim no Congo, escrito em 1931 por Hergé, está respondendo por racismo e colonialismo, a partir de acusação do contador congolês Bienvenu Mboto Mondondo.

Outro exemplo são os casos de racismo no futebol, com o lançamento de bananas para os jogadores brasileiros Roberto Carlos e Neymar. Aliás, o racismo no futebol é um problema antigo. Um caso emblemático é o da seleção holandesa notadamente divida entre negros e brancos. Estes últimos, representados publicamente pelo goleiro Edwin van der Sar.

Os casos de bullying também tem aparecido com frequencia nos noticiários. O pouco tempo e atenção dos pais tem transformado seus filhos diariamente em vítimas e vilões. 


As sociedades precisam definitivamente preparar seus filhos para a diversidade multicultural. Para que o humor negro perdure e o preconceito se extingua. Para que os homossexuais tenham os mesmos direitos civis que nós heterossexuais. Para que tenhamos mais negros em cargos elevados e altas patentes militares. Para que os mulçumanos tenham o mesmo tratamento dos cristãos nos países ocidentais.

Como escreveu Neil Peart,  "Quick to judge, quick to anger, slow to understand.  Ignorance and prejudice, and fear walk hand in hand...".

Enfim, deixo para finalizar a letra de Disneylândia dos Titãs:


"Filho de imigrantes russos casado na Argentina
Com uma pintora judia,
Casou-se pela segunda vez
Com uma princesa africana no México

Música hindú contrabandiada por ciganos poloneses faz sucesso
No interior da Bolívia zebras africanas
E cangurus australianos no zoológico de Londres.
Múmias egípcias e artefatos íncas no museu de Nova York

Lanternas japonesas e chicletes americanos
Nos bazares coreanos de São Paulo.
Imagens de um vulcão nas Filipinas
Passam na rede dc televisão em Moçambique

Armênios naturalizados no Chile
Procuram familiares na Etiópia,
Casas pré-fabricadas canadenses
Feitas com madeira colombiana
Multinacionais japonesas
Instalam empresas em Hong-Kong
E produzem com matéria prima brasileira
Para competir no mercado americano

Literatura grega adaptada
Para crianças chinesas da comunidade européia.
Relógios suiços falsificados no Paraguay
Vendidos por camelôs no bairro mexicano de Los Angeles.
Turista francesa fotografada semi-nua com o namorado árabe
Na baixada fluminense

Filmes italianos dublados em inglês
Com legendas em espanhol nos cinemas da Turquia
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné

Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul.
Pizza italiana alimenta italianos na Itália

Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtém visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia".


Grande abraço a todos,

Filipe.


Referência bibliográfica: MOORE, J.K. & LEWIS, D.C., (2000), Multinational Enterprise in Ancient Phoenicia, Business History, Vol 42, No. 2.

2 comentários:

  1. muito bom, no brasil o convívio de raça multicultural não deveria representar uma difi culdade,a sociedade brasileira se resulta de raça negra,branca india cada um com os seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas as outras.dessa mistura é que surge um individuo que não é branco mas é brasileiro.

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