terça-feira, 22 de março de 2011

Metal - uma jornada pelo mundo do Heavy Metal

Olá, pessoal!
Vou escrever hoje sobre um de meus filmes preferidos, METAL: uma jornada pelo mundo do Heavy Metal. Bem, antes de começar, aviso que esse texto possui alguns spoilers.



Lançado em 2005, METAL é um documentário escrito, dirigido, narrado e protagonizado pelo canadense Sam Dunn. O carismático antropólogo apaixonado por heavy metal desde os 12 anos de idade se propõe a fazer um filme que não pretende contar a história do mais maldito dos estilos musicais, mas sim responder uma pergunta que sempre o perseguiu, "por que o heavy metal tem sido constantemente esteriotipado, repudiado e condenado?".


Para responder essa questão, Sam Dunn, juntamente de Scot McFadyen and Jessica Wise, embarca em uma jornada pelo mundo para filmar essa obra dividida em dez partes.


A primeira parte discute as origens do metal e qual poderia ser considerada a primeira banda. A primeira resposta fica por conta de Geddy Lee do Rush que aponta o Blue Cheer como a primeira delas. Outros nomes como Led Zeppelin, Deep Purple e Alice Cooper são citados, mas é o Black Sabbath que recebe a maioria das menções.
 
A segunda parte discute o que é o heavy metal, musicalmente falando. Quais os sons que justificam e indicam o rótulo? O uso do trítono - ou acorde do diabo - as guitarras distorcidas, a exploração dos sons graves de bumbos e contrabaixos, os vocais operísticos e fortes e, acima de tudo, a energia e velocidade das canções.
 
Mas de onde vem o heavy metal? A terceira parte debate quais são suas raízes musicais. Desde a música clássica sombria e grave de Wagner até o blues provindo do sul dos Estados Unidos.

A quarta parte mostra o meio ambiente do heavy metal e o que ele representa neste meio. Quem é o público tradicional? De que espécies de locais e criações os músicos e fãs tendem a vir? Músicas como Killing In The Name da banda Rage Against The Machine que representam a negação do mundo oferecido e imposto aos jovens.
 
A quinta parte fala dos personagens desse meio ambiente. Quem são e como vivem. As roupas, o estilo de vida e a vontade de tocar. Mostra como, diferentemente dos outros estilos, o heavy metal é marginal e caminha na contra-mão da moda. E assim também são os seus fãs.


A sexta parte fala de toda a cultura por trás do heavy metal. Os grandes festivais - personificado pelo Wacken Open Air -, o uso de roupas pretas, couro, correntes. A identificação e auto-promoção através de selos e revistas independentes.

A sétima parte fala sobre a censura imposta ao estilo. Conta o curioso caso de Dee Snider, vocalista do Twisted Sister, que no ano de 1984 foi chamado a depor frente ao Parents Music Resource Center (PMRC), e, com um discurso inteligente e bem articulado, deixou embaraçado e sem palavras os representantes da moral e bons costumes americanos capitaniados por Tipper Gore, esposa do futuro vice-presidente Al Gore.


A oitava parte fala sobre sexo e sexualidade no heavy metal. Discute como a força presente na maioria das canções direcionou o estilo a um público de maioria masculina. Lembra o glam metal e a troca do couro pelas rendas femininas na segunda metade da década de 1980. Homossexualidade e groupies também são discutidos, assim como a presença de mulheres em algumas das mais recentes bandas.

Religião e satanismo são os temas abordados na nona parte. O uso de cruzes e pentagramas, a primeira fase do black metal representado por nomes como Venom e Celtic Frost, o ataque às religiões cristãs simbolizados por nomes como Slayer e a viagem do diretor à Noruega para entrevistas aos maiores expoentes do black metal norueguês que, no início da década de 1990, chocaram o mundo queimando históricas igrejas cristãs ao redor do país.

A versão em DVD deste filme possui um documentário extra sobre o black metal norueguês que foi produzido a pedido daqueles que criticaram METAL por ter se limitado a apresentar o estilo pelo fatídico episódio das igrejas em chamas.
 
A décima e última parte mostra a associação do heavy metal a assuntos como morte e violência. A proibição dos sangrentos shows de Alice Cooper na Inglaterra. As grotescas e violentas capas e letras do mais extremo subgênero do heavy metal, o death metal. As acusações impostas a alguns artistas por influência a episódios de violência e suicídio.


Durante as dez partes, grandes momentos estão presentes, como as entrevistas aos vocalistas Bruce Dickinson e Ronnie James Dio.

A trilha sonora? Obviamente recheada de metal, muito metal.

Enfim, recomendo esse que é um documentário muito bem escrito, dirigido e produzido por esse canadense apaixonado pelo mais subversivo dos gêneros musicais. Ao fim, Sam Dunn ainda declara: "Se o metal não te provoca essa envolvente sensação de poder e não faz com que se arrepiem os cabelos da nuca, talvez nunca o compreenda. E sabe o que mais? Está tudo okey, porque, a julgar pelos 40.000 metalheads que me rodeiam, estamos bastante bem sem você".

Fico com a declaração dos críticos da Folha de São Paulo: "Metal agrada até quem odeia metal...".

Grande abraços a todos e "fuck you, I won't do what you tell me".

Filipe.

2 comentários:

  1. Gostei muito desse filme, vi a algum tempo atras e ja fiquei com vontade de ver de novo... ou seja, vou acionar o torrent agora mesmo...
    mas falando do filme o legal dele eh q ele nao toma muito partido, procura sempre buscar opinioes de celebridades do mundo metal, tambem lembra fatos e a importancia de bandas como o Black Sabbath, uma banda muito a frente de seu tempo...

    a parte do black metal nordico,que tambem tem q ser mostrada, ja que o filme e um documentario e nao toma partido, mostra que todo o extremismo, que existe em qq parte da sociedade, e que o metal tambem nao esta livre...

    e como diz Tom Araya GOD HATE US ALL

    ResponderExcluir
  2. HEAVY Metal...or no metal at all!!

    ResponderExcluir