terça-feira, 26 de abril de 2011

Jaconé, meu recanto de paz!

Olá, pessoal!

Resolvi fazer uma pequena homenagem hoje ao meu maior recanto de paz, Jaconé. Distrito dividido entre as cidades de Saquarema e Maricá, Jaconé é um ótimo lugar para se descansar, já que não possui enorme frequência de veranistas e banhistas.

Com um delicioso clima de interior, não é o lugar mais calmo que conheço, muito menos o mais paradisíaco, porém possui lugar cativo no coração, visto que tenho casa lá desde 1997 e muitas estórias para contar. Ah, se aquelas marias-farinhas, tatuís e corujas pudessem falar!

Jaconé possui 3,3km² de área, sua praia é extensa, com aproximadamente 10km, e o mar conhecido por sua enorme violência. Já caí sem quase conseguir voltar algumas vezes. Além do mar, existe uma enorme lagoa despoluída.

A formação das ondas em Jaconé é propícia para o bodyboard na parte central e para o surf nos cantos. Aliás, um desses cantos possui uma enorme área privada pertencente ao jornalista Roberto Marinho. Reza a lenda que nesta área encontram-se dois campos de golf e um cassino. Não posso afirmar!
Além do surf e bodyboard, a pesca com linha é muito comum em Jaconé. E por falar em pesca, atrás de meu condomínio existe um enorme campo onde acontece uma etapa do "campeonato mundial de arremesso de chumbada". Isso mesmo! Pessoas de clubes de todo o mundo usam suas varas de pescar para disputar quem lança a chumbada mais longe! Excêntrico!

Passei alguns poucos carnavais em Jaconé, porém posso afirmar que achei todos muito fracos. Nos poucos que presenciei, o evento não passava de um DJ tocando axé a noite toda com as pessoas estranhamente circulando de um lado para o outro. Para não dizer que o carnaval de Jaconé é só derrota, o antigo bloco Siri Que Samba desfila animadamente durante o dia para a alegria dos foliões mais tradicionais.

As ruas principais de Jaconé são as perpendiculares 13 e 96, ambas asfaltadas e onde se concentra a maior parte do comércio.

Abaixo a foto aérea de Jaconé e de meu condomínio. Não marcarei minha casa por questões de segurança, mas dou uma dica: minha rua tem nome de cachaça!

Grande abraço,

Filipe.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O sétimo filho do sétimo filho

Olá, pessoal!

Vamos finalmente à terceira parte da série "álbuns conceituais". Desta vez, descreverei o clássico Seventh Son of a Seventh Son da banda inglesa Iron Maiden.


Lançado em 1988, diferentemente das resenhas anteriores*, esse não é um disco de progressive metal, mas um álbum essencialmente de heavy metal com algumas pitadas generosas de progressivo.

A temática do disco é baseada na lenda do sétimo filho do sétimo filho. Essa lenda muda de região para região, sendo que na Inglaterra se acredita que o sétimo filho do sétimo filho nasceria com diversos poderes mágicos, sendo a clarividência um destes poderes.

Moonchild, a faixa de abertura, é uma canção forte e acelerada, e apresenta o nascimento do personagem principal. Segundo a música, nasce uma criança com poderes mágicos que será disputado por anjos e demônios. Nela, o demônio quer matar o "escolhido".


A sequência vem com uma de minhas canções favoritas, Infinite Dreams. A letra cantada de forma magistral e a série cabulosa de riffs e cavalgadas, fazem dela um dos melhores heavy metals que escutei na vida. Nesta faixa, o protagonista é atormentado por terríveis pesadelos que lhe abrem o caminho para a busca de sua verdade.

A terceira faixa se chama Can I Play With Madness. Considerada uma das músicas mais "pop" do Iron Maiden, possui um refrão realmente pegajoso, porém divertido. Não a considero uma excelente música, mas também não desgosto. A letra mostra a busca do protagonista pela verdade através da consulta a um oráculo e sua bola de cristal.

The Evil That Men Do, a quarta faixa, é outra grande canção. Provavelmente a mais conhecida e executada deste álbum. A dobradinha pré-refrão e refrão é belíssima e marcante. A letra fala da iniciação do protagonista após a descoberta de seus poderes e do mal que perdura entre os homens.


A sequência vem com a faixa-título. Seventh Son of a Seventh Son é a maior e mais "progressiva" música do disco. A letra narra a lenda do sétimo filho do sétimo filho. Fala do nascimento, da profecia e da disputa entre o bem e o mal por seus poderes. Épica!

A sexta faixa se chama The Prophecy. Alterna momentos velozes e cadenciados. É o momento em que o protagonista fala da maldição que carrega e sua tentativa de avisar à humanidade.

The Clairvoyant, a sétima faixa, é outra bela canção que aparece com frequência nos shows da Donzela. A melodia é linda e cantada de forma teatral pelo grande Bruce Dickinson. Nesta faixa, o protagonista aceita seu destino e seus poderes.

A última faixa se chama Only The Good Die Young. Outra grande canção com um interessante refrão. Detalhe para os belos solos de guitarra. Narra a morte do protagonista e a perpetuação do mal.

A obra se encerra com os versos cantados ao violão no início do disco:

Seven deadly sins
Seven ways to win
Seven holy paths to hell
Seven downward slopes

Seven bloodied hopes
Seven are your burning fires,
Seven your desires...
Grande abraço a todos e wouldn't you like to know the truth?

Filipe.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O tricolor rubro-negro e o torcedor-diretor!

Olá, pessoal!

Desculpe a forma irresponsável em que escrevo aqui, isto é, sem muita base fundamentada em notícias reais. Escrevo apenas no calor dos acontecimentos.

Ontem, o atacante do Fluminense Emerson teve a infeliz idéia de cantar dentro de seu ônibus "o bonde do Mengão sem freio". Dizem que o Emerson é flamenguista assumido, mas não posso afirmar. De qualquer forma, atitude idiota de nosso querido Sheik.

Condeno a atitude do jogador, mesmo sendo eu um apaixonado pelo Mais Querido do Mundo!

Mas o que me motivou a escrever o texto não é a atitude irresponsável de Emerson, mas a forma com que o assunto vazou na imprensa e a briga que a diretoria tricolor teve com o jogador.

Não é questão de passar a mão na cabeça de marmanjo, mas esse era o tipo de assunto que era para morrer dentro das Laranjeiras, com uma bronca secreta e bem dada no atleta.

Até quando nossos diretores serão simples amadores-torcedores? Não há mais espaço para esse tipo de gente no meio profissional!

Deixo a palavra com vocês,

Grande abraço,

Filipe.

sábado, 16 de abril de 2011

Metropolis PT2: Scenes From A Memory

Olá, pessoal!

Dando continuidade à série álbuns conceituais* vamos à segunda parte: Metropolis PT2: Scenes From A Memory da banda americana de progressive metal Dream Theater.

Lançado em 1999, Metropolis PT2: Scenes From A Memory conta a estória de Nicholas que após muitos anos sofre uma hipnose por regressão para desvendar o assassinato de sua amiga Victoria.


O disco é divido em atos, cenas e partes.

Scene One: Regression é uma canção relaxante ao violão onde Nicholas começa a entrar em estado de hipnose ~ "close your eyes and begin to relax" ~ e encontra Victoria.

Scene Two: I. Overture 1928 é uma fantástica sequencia instrumental onde Nicholas viaja por vários momentos, destacados em passagens de outras canções do álbum como  e nos temas de Metropolis PT1, lançado no álbum Images And Words de 1992.

Scene Two: II. Strange Deja Vu é a música mais heavy metal do álbum. Com a tradicional estrutura "tema, ponte, pré-refrão e refrão" fortes e altos, é uma de minhas canções preferidas. Daquelas de se voltar para ouvir várias vezes. Nesta canção, Victoria dá as primeiras pistas de porque está assombrando Nicholas, isto é, desvendar seu assassinato.

Scene Three: I. Trough My Words é a breve e lenta canção em que Nicholas descobre ter sido Victoria em uma vida passada e por isso é tão ligado à ela.

Em Scene Three: II. Fatal Tragedy, Nicholas percebe que apenas com fé, esperança e paz conseguirá descobrir toda a estória que será facilitada por um velho homem que Victoria encontrou antes de seu assassinato. A música começa com um tema heavy metal arrastado e cai numa sequencia instrumental alucinante, onde guitarra, teclado, baixo e bateria duelam com força e velocidade. Nessa hora, bicho, a COBRA FUMA! Termina com o terapeuta hipnotisador revelando traços fortes de espiritualidade ~ "Now it is time to see how you died. Remember that death is not the end, but only a transition". 


Scene Four: Beyond This Life é outro tema heavy metal, não da forma tradicional apresentada em Strange Deja Vu, mas de forma mais progressiva com a modulação de temas rápidos e lentos e de melodias fortes e doces. A letra apresenta notícias presentes nos jornais de 1928, conferindo ao assassinato, um caso de final de relacionamento trágico, com suicídio do assassino. O amante de Victoria se chama Julian. Um canivete e uma  garrafa quebara são encontrados no quarto da vítima. As marcas de espiritualidade continuam a aparecer, sugerindo que o que fazemos em uma vida se carrega para as outras durante as reencarnações. É uma música longa com várias passagens instrumentais.

Scene Four: Trough Her Eyes  é um daqueles temas "mela cueca", bem ao estilo Chris Isaak, para o ouvinte Nerd, que tenta loucamente reproduzir na guitarra todas as milhares de notas de Beyond This Life, dar um tempo e convidar alguma menina para dançar juntinhos. O conceito? Bem, Nicholas sai do transe com a certeza de que Victoria foi brutalmente assassinada e resolve visitar seu túmulo. Mas recomendo, esqueça isso e aproveite a dança.

Scene Six: Home é o momento em que aparecem os motivos do rompimento entre Julian e Victoria: os vícios em cocaína, álcool e jogos de azar. Nessa faixa, Edward, irmão de Julian, se apaixona por Victoria e se aproveita de sua fragilidade. Durante a canção, pode-se ouvir gemidos de orgasmo e de sons de caça-níqueis, sugerindo que enquanto Edward e Victoria transavam, Julian se entregava ao vício. A melodia também é bem modulada  e desenhada ao estilado prog metal.

Scene Seven: I. Dance of Eternity é outro fantástico e dificílimo tema instumental que remete aos temas de Metropolis PT1. Aliás, o título deve ter sido inspirado no último verso desta canção do álbum Images And Word ~ "Love is the Dance of Eternity".

Scene Seven: II. One Last Time é o momento em que Nicholas começa a desconfiar de que o assassino seja Edward, pois este se mostra magoado com a decisão de Victoria em romper relações também com ele. A música começa com uma bela balada ao piano e desemboca em uma forte canção. Muito bonita.

Scene Seven: III. The Spirit Carries On é o momento mais espiritual do disco. Nicholas está convencido que Edward é o assassino e resolve expor o caso, mesmo passados 70 anos do crime, pois ele agora crê que a morte não é o fim. Outra linda balada.

Nota do autor (do blog): o tema é uma obra de ficção e foi baseado no filme de mistério "Voltar a Morrer" de Kenneth Branagh e não em "O Livro dos Espíritos" de Kardec. Quaisquer dúvidas sobre crenças e espiritualidade conversem com Mike Portnoy e aproveitem para perguntar quantos braços ele usou para gravar o impossível final de Finally Free.

Scene Nine: Finally Free é a última faixa e o momento da revelação. Nesta canção, Nicholas vê Edward matando Julian e Victoria e depois colocando no bolso de Julian um bilhete de suicídio que enganou os jornais da época. A melodia é dinâmica e recortada, com vários flashbacks de revelação no melhor estilo "final Scooby Doo", como diria meu amigo Fábio Trovão. O final é apoteótico e, como mencionei acima, o baterista Mike Portnoy simplesmente impressiona.

Enfim, independente do tema e da estória, o álbum é uma grande obra-prima musical e já recebeu vários prêmios.

Grande abraço a todos e "open your eyes, Nicholas". 

Filipe.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Álbuns conceituais parte 1 - Operation: Mindcrime

Olá, pessoal!

Como prometi no Twitter, escreverei sobre alguns de meus álbuns conceituais preferidos. Para os que não conhecem o termo, álbum conceitual é todo aquele que possui um tema principal, geralmente narrado em forma de estória. Esse tipo de trabalho é muito comum em bandas de rock progressivo e metal progressivo, com suas complexidades líricas, harmônicas e técnicas.

Esse primeiro texto será sobre a obra-prima entitulada Operation: Mindcrime da banda americana Queensrÿche. Lançado em 1988, Operation: Mindcrime conta estória de Nikki, um jovem membro de uma organização revolucionária comandada pelo demagogo político e religioso conhecido como Dr. X, cujo lema era "Assassinato e Substituição".

O álbum começa com a introdução I Remember Now, quando Nikki está saindo de um estado sedado em um hospital e logo começa a lembrar de como foi parar ali. A introdução emenda na instrumental Anarchy-X que nada mais é do que a preparação para Revolution Calling, faixa onde aparece o momento em que Nikki foi recrutado por Dr. X. É um heavy metal muito melódico com um excelente refrão, onde o vocalista Geoff Tate mostra porque é um dos maiores vocalistas da história da música.

Em seguida, vem a faixa-título, onde se apresenta a organização e seus métodos de lavagem cerebral e o vício em heroína que são utilizados pela organização para recrutar e segurar os jovens.

A quinta faixa se chama Speak e é a parte onde aparecem os movimentos da organização e de Nikki. É um música forte e veloz, onde o vocalista Geoff Tate modula sua voz em tons graves e agudos com enorme desenvoltura. Aliás, reza a lenda que o barítono Tate possui aproximadamente quatro oitavas de extensão na garganta! Fenômeno!

Na sequencia, Spreading The Disease é o momento em que aparece a personagem Mary, uma ex-prostituta retirada das ruas pelo corrupto Padre Willian em troca de favores sexuais -"He takes her once a week / On the altar like a sacrifice" - e se torna a Irmã Mary.

The Mission, a sétima faixa do álbum, é uma canção sombria e arrastada onde Nikki começa a analisar sua vida de assassino após se apaixonar pela Irmã Mary.

Essa aproximação entre Nikki e a Irmã Mary, começa a preocupar Dr. X, que ordena o assassinato da freira pelo jovem Nikki. Esse momento é narrado de forma espetacular na música Suite Sister Mary. Com a participação da cantora Pamela Moore no papel da Irmã Mary, a música é uma linda ópera-rock, com belos contrapontos vocais, corais e orquestrações.

A sequencia vem com a dobradinha The Neddle Lies / Eletric Requiem. Nesse momento, Nikki resolve sair da organização, porém é impedido por Dr. X. Começa então uma grande fuga, onde ao final a Irmã Mary é encontrada morta. O mistério do álbum fica por conta de sua morte não esclarecida.

Em Breaking The Silence, Nikki é preso por ficar gritando e por portar a arma que matou diversas pessoas.

A tristeza de Nikki pela perda de Mary é contada em I Don´t Believe In Love.

A dobradinha Waiting For 22 / My Empty Room mostra a agonia de Nikki que se sente agora sozinho no mundo.

O fechamento fica por conta de Eyes of a Stranger. Com um início arrastado que evolui para um fantástico tema de heavy metal, a canção mostra o momento em que Nikki é preso em um manicômio e, através de um olhar no espelho, consegue lembrar de seu passado de crimes. Finaliza com a mesma frase em que Nikki surge no álbum: "I Remember Now". A melodia é fantástica e o alcance vocal de Tate é assustador! Está facilmente entre minhas 100 músicas preferidas.

Tirando o fato de contar uma estória, o álbum por si só é musicalmente espetacular. Seja nas melodias, nos arranjos ou na performance de todos os integrantes da banda.

Interessante também a forma com que os temas mais lentos e mais velozes se alternam de forma a não cansar o ouvinte, jogando para o final do álbum os três principais hits: Breaking The Silence, I Don´t Believe In Love e Eyes of a Stranger.

Chamam atenção também a limpeza e timbragem dos instrumentos, frutos da impecável produção de Peter Collins.

Enfim, obra-prima!

Em 2006, a banda lançou a continuação Operation: Mindcrime II. Para ele, tenho apenas um comentário: "volta, De Garmo".

Grande abraços a todos e "because we've got so much to do and you've got nothing more to lose so take this number and welcome to".

Filipe.


domingo, 10 de abril de 2011

"Guns kill more children than natural causes"

"Bullets will kill over 5,000 children this year"

"In America, 250,000 students carry guns to school"

"Guns kill more children than natural causes"

"GUNS = DEATH"

"A new handgun in produced every 20 seconds"

"Every day 14 children are killed by guns"

"Guns will injure over 26,000 youths this year"

"Every 24 hours 71 children are injured or killed by guns"

"Guns are the leading causes of death for African American teenage males"

"Gunshot injuries cost more than $14 billion per year"

"GUNS SUCK"

"70 times more teenagers die from bullets than AIDS"

"Guns are the leading method used by teenagers to commit suicide"

"There are over 200 million privately owned guns in America"

Fonte: Megadeth - 99 Ways to Die Videoclipe



Luto.

Filipe.

sábado, 9 de abril de 2011

Ozzy Osbourne - Scream World Tour - Rio de Janeiro

Olá, pessoal!

Na última quinta-feira, 8/4/2011, nós cariocas presenciamos mais um grande show do lendário Ozzy Osbourne, desta vez com sua Scream World Tour.


Diferentemente do que aparenta nas entrevistas e reality shows da vida, o Papa do Metal continua um garoto cheio de saúde e pique! Ainda corre e canta com a mesma habilidade do início da carreira há  mais de 40 anos atrás.


Como todo bom inglês, entrou no palco pontualmente às 21h30min aos gritos frenéticos de "OZZY, OZZY..." e, juntamente com sua banda, disparou o primeiro petardo da noite, Bark At The Moon. Não podia ter começado melhor! O som que, inicialmente já não estava lá aquela maravilha, foi abafado pelo canto enlouquecido do público!

Let Me Hear You Scream veio logo em seguida. Única música do álbum que dá nome à turnê executada na noite, Let Me Hear You Scream foi bem recebida pelos cariocas!

Em seguida, o excelente tecladista Andy Wakeman, filho do lendário Rick Wakeman, vem com a clássica introdução de Mr. Crowley. Difícil guardar a emoção nessa hora! Cantada ao berros por todos, Mr. Crowley, a linda canção do primeiro álbum solo de Ozzy, mexeu com  velhos e novos fãs. O marcante solo de guitarra, originalmente gravado pelo fantástico Randy Rhoads, foi maestralmente executado pelo jovem Gus G. que segue a linha dos outros grandes guitarristas que acompanharam o velho Madman durante seus mais de 40 anos de carreira.

I Don´t Know, também do primeiro álbum Blizzard of Ozz, foi a quarta música do show. Outra para levantar o já delirante e enfeitiçado público.

Mantendo a tradição de executar canções de sua antiga banda, a maravilhosa Fairies Wear Boots foi o primeiro "Black Sabbath" da noite!

Em seguida, mais um clássico do primeiro álbum solo de Ozzy foi exibido: Suicide Solution, que rendeu processo ao Príncipe das Trevas na década de 1980, foi outro grande momento.

No More Tears, o álbum mais vendido de Osbourne no Brasil, não poderia ser esquecido. A belíssima balada Road To Nowhere foi a bola da vez! Emocionante!

War Pigs, outro clássico do Sabbath, foi a oitava música do show. E outro grande momento!

A nona canção foi o hit radiofônico Shot In The Dark. Outra música cantada a plenos pulmões por quase todos os presentes!

A instrumental Rat Salad do Black Sabbath veio para dar descanso ao velho Ozzy. Executada por longos treze minutos, incluindo solos de guitarra e bateria, Rat Salad veio para mostrar que os grandes Zakk Wilde e Mike Bordin foram bem substituídos pelo jovem guitarrista Gus G. e pelo excelente baterista Tommy Clufetos. Completam a banda o já citado tecladista Andy Wakeman e o baixista Rob "Blasko" Nicholson.

E já que o momento era de Black Sabbath, Iron Man veio logo em seguida. Tirando minha velha implicância com partes instrumentais cantadas pelo público, foi outro grande momento da noite.

A animada I Don´t Wanna Change The World veio em seguida para levantar a multidão enquanto o velho Madman corria para todo lado jogando água na galera! Figuraça!

Fechando o setlist principal antes do bis, Crazy Train, mais um clássico do álbum Blizzard of Ozz, foi outra cantada de forma esgoelada pelos cariocas! Maravilhosa!

A banda volta para o bis com a lindíssima balada Mama, I'm Coming Home do álbum No More Tears, cuja faixa-título foi diversas vezes pedida pelo público, porém infelizmente não atendida por Ozzy.

Paranoid, outro clássico do Black Sabbath, encerrou o espetáculo como de costume.

Senti falta de faixas de outros grandes álbuns como Diary of a Madman ou Ozzmosis, mas não posso dizer que não adorei! Pra variar, fantástico e carismático o nosso Papa do Metal! Lenda viva!

Grande abraço a todos e "let me see your fuckin' hands",

Filipe.




domingo, 3 de abril de 2011

História universal da destruição dos livros

Olá, pessoal!

Todos os que me conhecem sabem que, apesar de engenheiro químico, minhas grandes paixões são História, música e literatura. Gosto, em especial, quando a História se traduz em forma de literatura. Seja em romance como os excelentes O FíSICO e ROMA, seja em forma de jornalismo como O GRANDE BAZAR FERROVIÁRIO e A QUEDA DE BAGDÁ. Todos eles já citados aqui no blog. 

Quando em 2006, foi lançado a História universal da destruição dos livros, o título me chamou a atenção e, assim, logo o comprei e li.


Escrito após 12 anos de pesquisas pelo venezuelano Fernando Báez, o livro é uma grande aula de história contada a partir de uma aterradora perspectiva, a destruição dos livros.

Divido em 11 capítulos, o livro se inicia no mundo antigo, mas precisamente na Suméria de 5300 anos atrás, onde foram escritos os primeiros livros de que se tem notícia. Nessa época, elaborados em argila, os escritos sumiam com facilidade. Foi na Suméria também que preocupados com a destruição de seus manuscritos considerados sagrados que surgiram as primeiras técnicas de preservação dos livros.

Ainda no mundo antigo, Grécia, Roma, Israel, China e Egito têm suas histórias de destruição de livros. Inclusive Platão foi responsável pela queima de alguns. Impressionante a destruição quase completa de grandes bibliotecas como a da Babilônia, Alexandria, Pérgamo e o Templo de Artemisa.


A segunda parte do livro se dá na Idade Média. A era dos Bizantinos, a Inquisição, o Renascimento e outros momentos foram testemunhas de uma enorme guerra contra os livros. Várias foram as motivações das queimas: religião, ciência, política, ganância, etc. Os desastres naturais e acidentes também são narrados na obra de Fernando Báez.

A terceira e última parte se passa nas idades moderna e contemporânea. As duas Grandes Guerras, a Guerra Civil Espanhola, o ódio étnico na Sérvia e na Chechênia, e a guerra do Iraque foram momentos de crise que tiveram entre outras consequencias, a ruína de muitos livros.

Os expurgos sexuais e culturais também foram motivos para a perda de muitos escritos.

Quem não se lembra do curioso caso da queima de vários exemplares de Harry Potter pelo pastor Jack Brock de Alomogordo?

Enfim, recomendo a História universal da destruição dos livros que é considerada a maior e mais completa obra sobre o assunto.

Fico com as palavras do poeta alemão Heinrich Heine: "onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas".

Grande abraço a todos e boa leitura,

Filipe.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

De pernas curtas

Olá, pessoal!

Hoje o mundo comemora o Dia da Mentira. Não se sabe exatamente qual foi o fato que deu início a esta comemoração, mas a teoria mais aceita é a que em 1564, o rei Carlos IX de França instituiu a comemoração da virada do ano no dia 1º de janeiro com a implantação do calendário gregoriano. Até então se comemorava entre o período de 25 de março e 1º de abril com a chegada da primavera. Os franceses que resistiram à mudança, começaram a ridicularizar e enviar presentes no dia 1º de abril.

A data é tão conhecida que alguns grupos de mídia entraram na brincadeira e pregaram diversas peças ao longo dos anos. Estes dois links As 10 maiores pegadinhas e Wikipedia apresentam algumas delas.


Mas o que é mentira? Segundo DERRIDA (1996), "na sua figura prevalente e reconhecida por todos, a mentira não é um fato ou um estado, é um ato intencional, um mentir – não existe a mentira, há este dizer ou este querer-dizer que se chama mentir: mentir seria dirigir a outrem (pois não se mente senão ao outro, não se pode mentir a si mesmo, a não ser a si mesmo enquanto outro) um ou mais de um enunciado, uma série de enunciados (constativos ou performativos) cujo mentiroso sabe, em consciência, em consciência explícita, temática, atual, que eles formam asserções total ou parcialmente falsas; é preciso insistir desde já nessa pluralidade e complexidade, até mesmo heterogeneidade. Tais atos intencionais são destinados ao outro, a outro ou outros, a fim de enganá-los, de levá-los a crer (a noção de crença é aqui irredutível, mesmo que permaneça obscura) naquilo que é dito, numa situação em que o mentiroso, seja por compromisso explícito, por juramento ou promessa implícita, deu a entender que diz toda a verdade e somente a verdade".

Santo Agostinho assinalava também: "não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar".

O assunto é polêmico e prolixo, tendo sido estudado por grandes filósofos como Arent, Kant e Nietzsche.

Obviamente que a arte também se apoderou desse assunto tão sibilante! E nada melhor que o heavy metal, estilo especializado em descrever o lado negro da humanidade, para se empossar da mentira como tema.

A música Trust do Megadeth nos trás os pesados versos:

"My body aches from mistakes
Betrayed by lust
We lied to each other so much
That in nothing we trust"

Lie do Dream Theater vem em tom de sarcasmo:

"Don't tell me you wanted me
Don't tell me you thought of me
I won't, I swear I won't
(Did)
I'll try, I swear I'll try
(Lie)"

A literatura também está recheada de obras sobre a mentira. Sejam estudos, sejam romances ou sejam ainda divertidas crônicas. Como exemplo temos o divertido As Mentiras que os Homens Contam de Luis Fernando Veríssimo, O Livro das Mentiras do bruxo Alester Crowley ou mesmo o estudo Sobre Verdade e Mentira do filósofo alemão Friedrich Nietzsche.

Bem, não preciso falar quem em Brasília estão os nossos mais célebres mentirosos, não é? O maior deles declarou uma vez: "tenho o rabo preso com a população de São Paulo". Alguém acredita?

Uma das estórias mais pitorescas que ouvi envolvendo mentira foi a de um criador de Saci! Isso mesmo que vocês leram! Saci! O mais engraçado? Ele conseguiu um cliente!

Enfim, como diria Mark Twain: "uma das notáveis diferenças entre o gato e a mentira é ter o gato apenas nove vidas".

Grande abraço a todos,


Filipe.