sábado, 19 de novembro de 2011

SWU 2011

Olá, pessoal!

Neste feriado prolongado da Proclamação da República, o assunto mais comentado foi o festival de música SWU que aconteceu na cidade de Paulínia, interior de São Paulo. A sigla que quer dizer Starts With You - começa com você - foi idealizada por Eduardo Fischer, que começou uma campanha a favor da sustentabilidade. Da concepção de que pequenas mudanças em nossos comportamentos diários geram efeito positivo na forma de tratar e cuidar do mundo. De qualquer forma, discurso politicamente correto a parte, o que chama atenção no festival é realmente a música. E como essa edição caprichou, este carioca amante do velho e bem rock and roll fez suas malas e embarcou para lá!

Assisti do hotel, em Piracicaba (não consegui vagas em Paulínia, Americana, Sumaré ou Campinas) o primeiro dia do festival. Chamou-me a atenção o animado show de Marcelo D2 que com várias participações especiais, e muita desenvoltura, misturou canções de sua carreira solo com outras de sua antiga banda, o Planet Hemp. Aliás, sejamos a favor ou contra suas opiniões, somos obrigados a reconhecer que D2 é um cara corajoso ao anunciar "os maconheiros mais famosos do Brasil, Planet Hemp".

Em seguida, Damian Marley, filho do HOMEM, fez um bom show, porém com pouco de sua carreira e muito da de seu pai. Apelou!

Snoop Dogg com seu jeito cínico e depravado colocou a galera pra dançar e cantar ao som de diversos hits.

Não assisti ao show do rapper Kanye West, mas ouvi de muitos que foi o show mais profissional da noite.

E me desculpem os fãs, mas o tão aguardado Black Eyed Peas, apesar de super profissional, é uma máquina fria e tediosa de hits insossos. Conseguiu a proeza de nem aos fãs animar realmente. Pelo menos, foi essa a minha impressão por trás das lentes da televisão.

No segundo dia, 13/11/2011, a coisa já melhorou bastante. Cheguei cedo à cidade de Paulínia, antes mesmo da abertura dos portões, para ver de perto um de meus ídolos da adolescência: Peter Gabriel. Esperava ter visto o velho na antiga forma, colocando a galera para cantar e dançar, mas o show foi todo suave acompanhado da The New Blood Orchestra recheada de músicos ingleses e brasileiros. Animação a parte, Peter Gabriel foi muito carismático e deu um belo show! Pelo menos para esse antigo fã.

Antes dele, nos divertimos ao som de Duran Duran. Sentimos falta de alguns clássicos como Violence of Summer, Save a Prayer ou A Matter of Feeling, mas pulamos e dançamos ao som de A View To a Kill, Hungry Like The Wolf, Notorious, Come Undone, Ordinary World, entre outras. Não sei se vale o comentário, mas o Duran Duran tem o mérito de produzir som dito "gay" e ser aceito e cantado por muito marmanjo machista.

A mais aguardada banda da noite, Lynyrd Skynyrd, deu um show curto, porém muito direto. Trouxe na bagagem seus maiores hits como Simple Man, What's Your Name?, Free Bird e, é claro, Sweet Home Alabama que colocou todo mundo pra dançar. Rock and roll clássico e visceral. Excelente!

Outras atrações da noite deram conta do recado: Ultraje a Rigor, Chris Cornell e a Tedeschi Trucks Band. Essa última, com seu blues cheio de improvisações, chamou a atenção pela técnica e gosto afinados.

Após uma pequena maratona na madrugada, consegui chegar ao hotel por volta de 7h30min da manhã, para tomar um bom banho, encarar um café da manhã regado, tirar uma breve soneca e voltar para Paulínia.

Após o descanso, cheguei na Arena SWU por volta de 16h20min e, por isso, perdi os shows de Raimundos, Black Rebel Motorcycle Club e Loaded. Peguei o pesadíssimo show do Down desde o começo. Vejam vocês, já conhecia a banda de nome e logotipo, mas não sabia que pertencia ao eterno PanterA, Phil Anselmo. Bati muita cabeça! Brutal!

Em seguida, meio fora de contexto, a banda 311 entrou em cena. Uma meia dúzia de patricinhas curtiram! Somente!

Já com o sol se pondo, os veteranos do Sonic Youth, que nada mais têm de jovens, começaram seu hora divertido hora entendiante espetáculo de microfonias e distorções. Nunca curti muito esse tipo de som, mas não nego que fiquei interessado no show.

Sonic Youth valeu como esquenta para a sequência que viria. Nos meus 35 anos de vida, e pelo menos, 25 de rock and roll, nunca havia testemunhado uma série tão colossal de shows. Enquanto a chuva lavava os corpos, Primus, Megadeth, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e Faith No More lavavam as almas de toda aquela gente. Incluindo a minha!

A trilha sonora de minha adolescência, que de certa forma perdurou por minha vida adulta, me fez pular e cantar como o mesmo moleque cheio de energia de 20 anos atrás. John The Fisherman, Jerry Was a Race Car Driver, Holy Wars, Symphony of Destruction, Plush, Wicked Garden, Man In The Box, Would?, Epic, Easy, entre muitas outras, foi a mais incrível sucessão de hits que presenciei em toda minha vida de shows. E possivelmente para a maioria daqueles que me acompanhavam e rodeavam. Inesquecível!

Valem quatro notas: Mike Patton é uma das maiores figuras do rock e estava impagável de Zé Pilintra e cantando em português; Dave Mustaine não possui mais voz, mas a banda continua perfeita; Les Claypol impressiona com seu jeito torto e virtuoso de tocar baixo; Jerry Cantrell é um dos compositores e guitarristas mais talentosos e menos reconhecidos da geração grunge.

Enfim, que venha o SWU 2012.

Grande abraço a todos e "that's why I'm easy Oh Oh Oh Oh..."

Filipe.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pearl Jam - Twenty Tour - Rio de Janeiro - 6/11/2011

Olá, pessoal!

Sou daquela geração nascida na segunda metade da década de 1970 e que, desta forma, entrou na década de 1990 com aproximadamente 14 ou 15 anos. E como quase todo moleque dessa época, vi surgir uma turma a quem creditaram a salvação do rock and roll, a turma de Seattle. Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chais, entre outros, foram a trilha sonora e o primeiro contato com o rock de muita gente naquela época. De muita gente, porém não o meu, que já era fã de bandas como Rush, Iron Maiden, Genesis, Yes, Metallica, etc. Eu passeava entre o heavy metal e o progressivo com paixão e, talvez por isso, só tenha dado mais atenção ao Alice in Chains, talvez a "menos punk" da reconhecida geração grunge.


Mas nada como tempo, maturidade e um grande show para nossas impressões mudarem. E foi o que aconteceu ontem à noite, um show fantástico do Pearl Jam que está em turnê comemorando 20 anos de carreira.

Com um pequeno atraso, a banda entraria no palco com a bonita e calma Unthought Know. Seguida de outras canções menos conhecidas do grande público: Last Exit, BloodCorduray.

O show prosseguia interessante e correto, mas foi com Given To Fly que a audiência começou a empolgar. Bela canção.

Após duas menos conhecidas, a banda finalmente lançou a primeira dobradinha de hits da noite: Even Flow e Daughter. Essas duas cantadas a plenos pulmões por toda Apoteose.

Já quente, o público pulou ao som da animada Habit e vibrou ao som da linda e conhecida balada Immortality.

A dobradinha The Fixer e Got Some fez mais uma vez a Apoteose pular. Mas foram a balada Elderly Woman Behind The Counter in a Small Town e a forte Why Go que fizeram novamente a galera cantar junto com a banda. Rearviewmirror encerraria de forma animada o setlist principal.

Após pequena pausa, a banda voltaria para seu primeiro bis. De forma calma, Just Breathe e Come Back começaram o bis que logo se tornaria animado com I Believe in Miracles, cover dos Ramones.

A essa altura, a banda liderada pelo carismático Eddie Vedder já tinha o público nas mãos. Mas foi com Do The Evolution e Jeremy que o povo realmente delirou. Esta última, uma de minhas canções favoritas de toda geração grunge.

A banda mais uma vez saiu do palco, mas o público carioca em uníssono solfejava ainda os acordes finais de Jeremy. Emocionante!

Após breve pausa, a banda voltaria para o segundo e último bis. E voltou de forma sensacional. Mother, canção do Pink Floyd que a banda havia apresentado recentemente em um concerto com o gênio Roger Waters, fez muito marmanjo chorar.

A bonita e calma balada Better Man veio para preparar o público para o que seria o ponto alto da noite, a sequência de hits finais: Black, Alive e Rockin' in the Free World, cover de Neil Young. Todas as três cantadas com força pelo enlouquecido e caloroso público da Cidade Maravilhosa.

Achávamos que o show havia terminado, mas ainda fomos presenteados com mais duas canções: Indifference e Yellowledbter. Todas as duas sem muita força, porém muito bem recebidas, já que nessa altura da noite, tudo era festa.

Por volta de 23h, de forma simpática, a banda se despediu, e voltei para casa de alma lavada, satisfeito com o espetáculo, mais interessado pela banda, e com a incrível sensação que por mais que tentem, o rock nunca vai morrer.

Grande abraço a todos e "oh dark grin, he can't help, when he's happy looks insane, ok yeah"

Filipe.

sábado, 5 de novembro de 2011

The Wolftrap Blend 2009

Olá, pessoal!

Em casa, com a costela lesionada e de repouso para curtir o show do Pearl Jam amanhã na Apoteose, resolvi colocar a discografia da banda em dia e aproveitei para experimentar finalmente um dos sul-africanos que guardo comigo há algum tempo. Estou falando do blend The Wolftrap Blend 2009 da Boekenhoutskloof, uma das mais premiadas e competentes vinícolas da África do Sul.


Com um corte de Syrah (65%), Cinsault (19%), Mourvèdre (11%), Viognier (5%), possui cor rubi, sendo elegante e com alguma madeira. Bem frutado.

Como descrito no rótulo, "é um bled apimentado e aromático, envelhecido em carvalho francês".

De graduação alcoólica em 14,5%, recomenda-se servir entre 16 e 18ºC.

Enfim, como dito pelo próprio fabricante, um vinho despretensioso, porém com excelente custo/benefício. Perfeito para minha calma noite de sábado de repouso e rock and roll.

Grande abraço a todos, saúde, amanhã tem mais, "but I'm glad we talked...".

Filipe.