sexta-feira, 1 de abril de 2011

De pernas curtas

Olá, pessoal!

Hoje o mundo comemora o Dia da Mentira. Não se sabe exatamente qual foi o fato que deu início a esta comemoração, mas a teoria mais aceita é a que em 1564, o rei Carlos IX de França instituiu a comemoração da virada do ano no dia 1º de janeiro com a implantação do calendário gregoriano. Até então se comemorava entre o período de 25 de março e 1º de abril com a chegada da primavera. Os franceses que resistiram à mudança, começaram a ridicularizar e enviar presentes no dia 1º de abril.

A data é tão conhecida que alguns grupos de mídia entraram na brincadeira e pregaram diversas peças ao longo dos anos. Estes dois links As 10 maiores pegadinhas e Wikipedia apresentam algumas delas.


Mas o que é mentira? Segundo DERRIDA (1996), "na sua figura prevalente e reconhecida por todos, a mentira não é um fato ou um estado, é um ato intencional, um mentir – não existe a mentira, há este dizer ou este querer-dizer que se chama mentir: mentir seria dirigir a outrem (pois não se mente senão ao outro, não se pode mentir a si mesmo, a não ser a si mesmo enquanto outro) um ou mais de um enunciado, uma série de enunciados (constativos ou performativos) cujo mentiroso sabe, em consciência, em consciência explícita, temática, atual, que eles formam asserções total ou parcialmente falsas; é preciso insistir desde já nessa pluralidade e complexidade, até mesmo heterogeneidade. Tais atos intencionais são destinados ao outro, a outro ou outros, a fim de enganá-los, de levá-los a crer (a noção de crença é aqui irredutível, mesmo que permaneça obscura) naquilo que é dito, numa situação em que o mentiroso, seja por compromisso explícito, por juramento ou promessa implícita, deu a entender que diz toda a verdade e somente a verdade".

Santo Agostinho assinalava também: "não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar".

O assunto é polêmico e prolixo, tendo sido estudado por grandes filósofos como Arent, Kant e Nietzsche.

Obviamente que a arte também se apoderou desse assunto tão sibilante! E nada melhor que o heavy metal, estilo especializado em descrever o lado negro da humanidade, para se empossar da mentira como tema.

A música Trust do Megadeth nos trás os pesados versos:

"My body aches from mistakes
Betrayed by lust
We lied to each other so much
That in nothing we trust"

Lie do Dream Theater vem em tom de sarcasmo:

"Don't tell me you wanted me
Don't tell me you thought of me
I won't, I swear I won't
(Did)
I'll try, I swear I'll try
(Lie)"

A literatura também está recheada de obras sobre a mentira. Sejam estudos, sejam romances ou sejam ainda divertidas crônicas. Como exemplo temos o divertido As Mentiras que os Homens Contam de Luis Fernando Veríssimo, O Livro das Mentiras do bruxo Alester Crowley ou mesmo o estudo Sobre Verdade e Mentira do filósofo alemão Friedrich Nietzsche.

Bem, não preciso falar quem em Brasília estão os nossos mais célebres mentirosos, não é? O maior deles declarou uma vez: "tenho o rabo preso com a população de São Paulo". Alguém acredita?

Uma das estórias mais pitorescas que ouvi envolvendo mentira foi a de um criador de Saci! Isso mesmo que vocês leram! Saci! O mais engraçado? Ele conseguiu um cliente!

Enfim, como diria Mark Twain: "uma das notáveis diferenças entre o gato e a mentira é ter o gato apenas nove vidas".

Grande abraço a todos,


Filipe.

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