quinta-feira, 12 de julho de 2012

Viper no Teatro Rival


Olá, pessoal!

Na última terça-feira, 10/7/2012, a banda brasileira de heavy metal Viper, fez no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, mais um show de sua turnê comemorativa pelos 20 anos da banda.


Juntamente com André Matos, o vocalista original que sairia para formar o Angra, a banda excursiona apresentando seus dois primeiros álbuns na íntegra: Soldiers of Fortune e Theatre of Fate.

Ingressos esgotados, o que não é grande surpresa visto o pouco espaço do Teatro Rival, performance convincente e público caloroso fizeram do show uma noite para deixar saudade.

Como de se esperar, a banda começa com as canções de Soldiers of Fortune, e, entre um clássico e outro, André Matos conta um pouco da história da banda e do disco. A execução é boa e a vibração é enorme.

Ao fim de Law of the Sword, a banda faz um intervalo embalado por um divertido vídeo mostrando os integrantes contando a história de seus dois primeiros trabalhos e de casos inusitados, como o incêndio na cortina de um teatro causado por uma tocha carregada pelo vocalista.


A banda retornaria ao palco para a segunda parte do show, a aguardada execução de sua obra-prima, Theatre of Fate. Dessa vez a banda é mais exigida, pois é reconhecidamente notória a evolução musical de um disco para o outro. Porém, como na primeira parte do show, execução e vibração ótimas.

Rebel Maniac, canção de Evolution, o primeiro álbum sem André Matos, seria o único bis da noite, apesar dos insistentes pedidos do público carioca pela faixa-título.

Além das músicas, o show foi marcado pelos longos discursos de André Matos e pela engraçada performance do baixista Pit Passarell, que estava "muito doido" e presenteou a audiência com um pitoresco mosh.

Memorável! Nostalgia pura!

Grande abraço a "everybody, everybody",

Filipe.

domingo, 1 de julho de 2012

"Heavy Metal: A História Completa" de Ian Christie



Olá, pessoal!


Acabei de ler um dos livros mais interessantes sobre a história do mais maldito dos gêneros musicais, Heavy Metal: A História Completa do jornalista e músico Ian Chirste.


O livro, com o sugestivo título original Sound of the Beast - The complete headbanging history of Heavy Metal, é provavelmente o relato mais completo sobre o assunto que li na vida, desde o momento seminal do estilo com o lançamento do álbum homônimo do Black Sabbath até o ano de 2003, quando o livro foi lançado.


Passa pela criação e fortificação do movimento The New Wave of British Heavy Metal, NWOBH, quando bandas como Judas Priest e Iron Maiden pegaram o som do Black Sabbath, aceleraram, injetaram mais energia e adicionaram complexidade com o dobrada de guitarras.


Prossegue pela invasão do movimento europeu aos Estados Unidos, onde se fortificou com nomes como Van Halen, Kiss, Anthrax, Megadeth, Slayer e Metallica, esta última sendo justamente citada em excesso durante todo o livro. A história do heavy metal se confunde com a história da maior e mais importante banda do gênero, seja no aspecto musical, com a solidificação do thrash metal, seja no comercial, com os milhões de discos vendidos e os vários prêmios recebidos.


Está presente no livro o choque do movimento black metal, desde seu início teatral com Venom, Mercyful Fate e Hellhammer no início da década de 1980 até a incorporação de sons góticos e fundamentalismo anticristão na Noruega, culminando em assassinatos e famosos incêndios  de igrejas históricas norueguesas no início da década de 1990.


A descrição dos exageradamente opostos glam metal e death metal mostra que heavy metal não é "uma coisa só" como muitos leigos imaginam. Na verdade, o livro apresenta bem a divisão cultural e as rixas formadas dentro de cada um dos inúmeros subgêneros.


As misturas de estilos do heavy metal com o punk hardcore, o funk, o rap e a música eletrônica também são narradas e exemplificadas com bastante cuidado.


A análise dos fatos e do horror causado na direita republicana e nos fundamentalistas religiosos de EUA e Oriente Médio, destampando na terrível caça às bruxas de cabelos compridos, cintos de bala e camisetas pretas, é uma das partes mais importantes do livro. Deveria ser lido por qualquer pessoa, seja ela amante ou não de música pesada.


O texto contém ótimas tiradas, além de diversas listas exemplificando cada um dos subgêneros descritos, traçando paralelos com a situação política e social do mundo e sua influência na música que mais cantou as mazelas da humanidade.


De positivo, além dos detalhes e suas análises sobre os fatos, é incrível a facilidade de Ian Christe em descrever os sons e ritmos com palavras, utilizando-se de comparações e sarcasmo.


De negativo, o fato do texto dar muita atenção ao punk e pouca atenção a bandas indispensáveis como Helloween e Dream Theater e seus seguidores nos movimentos Power Metal e Prog Metal. Além disso, o livro carrega um número enorme de informações o que pode ser tornar sacal para os laicos.


De qualquer forma, indico para todos amantes de boa leitura e, principalmente, de música pesada.


Grande abraço "para os desajustados e os esperançosos",


Filipe.