Olá, pessoal!
Resolvi quebrar a sequencia de obras-primas do thrash metal*, para escrever sobre algo que sempre me incomodou e que hoje presenciei mais uma vez, a covarde indústria do medo. Mas onde presenciei isso? No Bom Dia Brasil. Durante quase todo o jornal, só desgraça e medo eram divulgados. Realmente, nos parece que a vida do lado de fora de nossas muralhas e janelas gradeadas, o mundo é um grande perigo! Terremotos, tsunamis, usinas nucleares, drogas, pais que matam os filhos, filhos que matam os pais, motoristas assassinos, guerras e muitas outras espécies de ameaças e monstruosidades.
Logo após o vazamento nas usinas japonesas, diversos centros nucleares em todo o mundo entraram em estado de alerta. Os jornais discutem de forma aturdida o uso da energia nuclear. O próprio Jornal do Brasil, que em minha opinião é um dos poucos grupos sérios da impressa, nos alertou para o perigo potencial em Angra dos Reis.
A pergunta que sempre me vem a cabeça é "quem lucra com tudo isso?". Como escrevi em meu texto sobre o Rust in Peace, não sou partidário daqueles que creem em teorias da conspiração, mas nesse caso não consigo acreditar apenas no popular "mas é isso que vende jornal". É verdade, vende jornal, mas vende também os seguros de vida e de carro. Nos prende dentro de casa em frente ao conforto de nossas televisões.
Lembro que muitos debocharam dos norte-americanos quando o cineasta Michael Moore nos mostrou em Tiros em Columbine o medo criado por reality shows como COPS e pelas notícias de violência nos telejornais.
E nós brasileiros? Alguém se lembra do Linha Direta da Rede Globo? Do Documento Especial da extinta Rede Manchete? E os espetáculos de horror protagonizados pelos patéticos Datena e Wagner Montes?
Enfim, deixo a palavra com vocês.
Grande abraços e "LOOK OUT! The sun is going black, black".
Filipe.
Um comentário para completar o texto acima. Não me iludo achando que não exista violência em nosso país nem tão pouco acho seguro o uso de energia provinda de fissão nuclear. Discordo somente da forma que a imprensa não-especializada trata certos assuntos. Alarde em época de crise só tende a piorar o cenário econômico, político e social.
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