domingo, 3 de abril de 2011

História universal da destruição dos livros

Olá, pessoal!

Todos os que me conhecem sabem que, apesar de engenheiro químico, minhas grandes paixões são História, música e literatura. Gosto, em especial, quando a História se traduz em forma de literatura. Seja em romance como os excelentes O FíSICO e ROMA, seja em forma de jornalismo como O GRANDE BAZAR FERROVIÁRIO e A QUEDA DE BAGDÁ. Todos eles já citados aqui no blog. 

Quando em 2006, foi lançado a História universal da destruição dos livros, o título me chamou a atenção e, assim, logo o comprei e li.


Escrito após 12 anos de pesquisas pelo venezuelano Fernando Báez, o livro é uma grande aula de história contada a partir de uma aterradora perspectiva, a destruição dos livros.

Divido em 11 capítulos, o livro se inicia no mundo antigo, mas precisamente na Suméria de 5300 anos atrás, onde foram escritos os primeiros livros de que se tem notícia. Nessa época, elaborados em argila, os escritos sumiam com facilidade. Foi na Suméria também que preocupados com a destruição de seus manuscritos considerados sagrados que surgiram as primeiras técnicas de preservação dos livros.

Ainda no mundo antigo, Grécia, Roma, Israel, China e Egito têm suas histórias de destruição de livros. Inclusive Platão foi responsável pela queima de alguns. Impressionante a destruição quase completa de grandes bibliotecas como a da Babilônia, Alexandria, Pérgamo e o Templo de Artemisa.


A segunda parte do livro se dá na Idade Média. A era dos Bizantinos, a Inquisição, o Renascimento e outros momentos foram testemunhas de uma enorme guerra contra os livros. Várias foram as motivações das queimas: religião, ciência, política, ganância, etc. Os desastres naturais e acidentes também são narrados na obra de Fernando Báez.

A terceira e última parte se passa nas idades moderna e contemporânea. As duas Grandes Guerras, a Guerra Civil Espanhola, o ódio étnico na Sérvia e na Chechênia, e a guerra do Iraque foram momentos de crise que tiveram entre outras consequencias, a ruína de muitos livros.

Os expurgos sexuais e culturais também foram motivos para a perda de muitos escritos.

Quem não se lembra do curioso caso da queima de vários exemplares de Harry Potter pelo pastor Jack Brock de Alomogordo?

Enfim, recomendo a História universal da destruição dos livros que é considerada a maior e mais completa obra sobre o assunto.

Fico com as palavras do poeta alemão Heinrich Heine: "onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas".

Grande abraço a todos e boa leitura,

Filipe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário