Olá, pessoal!
Dando continuidade à série álbuns conceituais* vamos à segunda parte: Metropolis PT2: Scenes From A Memory da banda americana de progressive metal Dream Theater.
Lançado em 1999, Metropolis PT2: Scenes From A Memory conta a estória de Nicholas que após muitos anos sofre uma hipnose por regressão para desvendar o assassinato de sua amiga Victoria.
O disco é divido em atos, cenas e partes.
Scene One: Regression é uma canção relaxante ao violão onde Nicholas começa a entrar em estado de hipnose ~ "close your eyes and begin to relax" ~ e encontra Victoria.
Scene Two: I. Overture 1928 é uma fantástica sequencia instrumental onde Nicholas viaja por vários momentos, destacados em passagens de outras canções do álbum como e nos temas de Metropolis PT1, lançado no álbum Images And Words de 1992.
Scene Two: II. Strange Deja Vu é a música mais heavy metal do álbum. Com a tradicional estrutura "tema, ponte, pré-refrão e refrão" fortes e altos, é uma de minhas canções preferidas. Daquelas de se voltar para ouvir várias vezes. Nesta canção, Victoria dá as primeiras pistas de porque está assombrando Nicholas, isto é, desvendar seu assassinato.
Scene Three: I. Trough My Words é a breve e lenta canção em que Nicholas descobre ter sido Victoria em uma vida passada e por isso é tão ligado à ela.
Em Scene Three: II. Fatal Tragedy, Nicholas percebe que apenas com fé, esperança e paz conseguirá descobrir toda a estória que será facilitada por um velho homem que Victoria encontrou antes de seu assassinato. A música começa com um tema heavy metal arrastado e cai numa sequencia instrumental alucinante, onde guitarra, teclado, baixo e bateria duelam com força e velocidade. Nessa hora, bicho, a COBRA FUMA! Termina com o terapeuta hipnotisador revelando traços fortes de espiritualidade ~ "Now it is time to see how you died. Remember that death is not the end, but only a transition".
Scene Four: Beyond This Life é outro tema heavy metal, não da forma tradicional apresentada em Strange Deja Vu, mas de forma mais progressiva com a modulação de temas rápidos e lentos e de melodias fortes e doces. A letra apresenta notícias presentes nos jornais de 1928, conferindo ao assassinato, um caso de final de relacionamento trágico, com suicídio do assassino. O amante de Victoria se chama Julian. Um canivete e uma garrafa quebara são encontrados no quarto da vítima. As marcas de espiritualidade continuam a aparecer, sugerindo que o que fazemos em uma vida se carrega para as outras durante as reencarnações. É uma música longa com várias passagens instrumentais.
Scene Four: Trough Her Eyes é um daqueles temas "mela cueca", bem ao estilo Chris Isaak, para o ouvinte Nerd, que tenta loucamente reproduzir na guitarra todas as milhares de notas de Beyond This Life, dar um tempo e convidar alguma menina para dançar juntinhos. O conceito? Bem, Nicholas sai do transe com a certeza de que Victoria foi brutalmente assassinada e resolve visitar seu túmulo. Mas recomendo, esqueça isso e aproveite a dança.
Scene Six: Home é o momento em que aparecem os motivos do rompimento entre Julian e Victoria: os vícios em cocaína, álcool e jogos de azar. Nessa faixa, Edward, irmão de Julian, se apaixona por Victoria e se aproveita de sua fragilidade. Durante a canção, pode-se ouvir gemidos de orgasmo e de sons de caça-níqueis, sugerindo que enquanto Edward e Victoria transavam, Julian se entregava ao vício. A melodia também é bem modulada e desenhada ao estilado prog metal.
Scene Seven: I. Dance of Eternity é outro fantástico e dificílimo tema instumental que remete aos temas de Metropolis PT1. Aliás, o título deve ter sido inspirado no último verso desta canção do álbum Images And Word ~ "Love is the Dance of Eternity".
Scene Seven: II. One Last Time é o momento em que Nicholas começa a desconfiar de que o assassino seja Edward, pois este se mostra magoado com a decisão de Victoria em romper relações também com ele. A música começa com uma bela balada ao piano e desemboca em uma forte canção. Muito bonita.
Scene Seven: III. The Spirit Carries On é o momento mais espiritual do disco. Nicholas está convencido que Edward é o assassino e resolve expor o caso, mesmo passados 70 anos do crime, pois ele agora crê que a morte não é o fim. Outra linda balada.
Nota do autor (do blog): o tema é uma obra de ficção e foi baseado no filme de mistério "Voltar a Morrer" de Kenneth Branagh e não em "O Livro dos Espíritos" de Kardec. Quaisquer dúvidas sobre crenças e espiritualidade conversem com Mike Portnoy e aproveitem para perguntar quantos braços ele usou para gravar o impossível final de Finally Free.
Scene Nine: Finally Free é a última faixa e o momento da revelação. Nesta canção, Nicholas vê Edward matando Julian e Victoria e depois colocando no bolso de Julian um bilhete de suicídio que enganou os jornais da época. A melodia é dinâmica e recortada, com vários flashbacks de revelação no melhor estilo "final Scooby Doo", como diria meu amigo Fábio Trovão. O final é apoteótico e, como mencionei acima, o baterista Mike Portnoy simplesmente impressiona.
Enfim, independente do tema e da estória, o álbum é uma grande obra-prima musical e já recebeu vários prêmios.
Grande abraço a todos e "open your eyes, Nicholas".
Filipe.
Esse disco eh um absurdo... a revolucao musical, a inspiracao q eles tiveram durante a composicao ... O DT foi tao feliz nesse album q no ano seguinte, 2000, lancou um DVD ao vivo tocando na integra esse album e mesclando algumas videos sobre a historia...
ResponderExcluirAinda vouviver para ir a um show e eles tocarem esse album inteiro.
Esse ta no meu top 10 na companhia de Master, Justice, Rust, Keepers, Powerslave, etc