domingo, 27 de fevereiro de 2011

Dica de Livro: ROMA de Steven Saylor

Olá, pessoal!

Após alguns dias sem escrever por falta de tempo, volto aqui com a dica de um livro excelente que acabei de ler. Lançado em 2008, Roma do escritor americano Steven Saylor já está na lista de meus preferidos.

De certa forma poderei parecer suspeito em escrever, seja pelo meu fascínio pela história de Roma, seja por ter sido Roma, a cidade que mais me impressionou de todas as que visitei na vida.

De qualquer forma, vamos ao que interessa: o livro. Este se divide em onze capítulos, todos eles protagonizados por membros de duas famílias patrícias, os Potício e os Pinário, que presenciaram a história de Roma entre os dez séculos que antecedem o nascimento de Cristo.

Escrito de forma fascinante, o livro mistura fatos históricos, descobertas arqueológicos recentes e mitos e lendas da história romana. Fruto de enorme pesquisa bibliográfica do autor, Roma evoca a literatura épica do historiador Tito Lívio, contemporânio do imperador Augusto César.

O livro começa no ano 1000 a.C. com a estória de mercadores de sal. É nesse capítulo que aparece a primeira vez o Fascinun, um amuleto feito de ouro entregue à Lara, filha do líder de um clã de mercadores de sal. Esse amuleto seria uma futura herança de família que passaria por futuros descendentes de Lara, os Potício. O Fascinun conforme alguns relatos e estudos, pode ter sido a primeira divindade adorada pelos romanos.

Os capítulos que se seguem, contam as histórias de grandes nomes e mitos de Roma:
  • O surgimento do semideus Hércules;
  • A fundação de Roma pelos gêmeos órfãos Rômulo e Remo;
  • A lenda do rei Coriolano, o político mais odiado de Roma, cuja a tragédia foi recriada por William Shakespeare;
  • A criação da Lei das Doze Tábuas. Lei essa que significa ainda hoje o início da primazia do direito escrito nos sistemas judiciais ocidentais;
  • A invasão de Roma pelos bárbaros gauleses;
  • A construção das primeiras vias pavimentadas e dos aquedutos por Ápio Claudio Cego;
  • A conquista de Cartago;
  • As guerras púnicas e a vitória de Cipião Africano sobre Aníbal;
  • A República dos lendários reformistas Tibério e Caio Graco;
  • A queda da República e o início dos Impérios de Júlio e Augusto César.

Cheio de extraordinários detalhes sobre a época, impressiona pela forma convincente de que Saylor conduz todos os fatos e mitos, sempre em paralelo com as sagas das duas famílias patrícias.

Na contracapa do livro, uma pequena resenha do USA Today nos dá a tônica da obra: "O que Saylor produziu não é somente a história de Roma, mas a história da História - da forma como o mito enterra o fato e da maneira como as sociedades se prendem a tradições mesmo quando seus significados já foram esquecidos. Cativante".

Por fim, recomendo fortemente este que é certamente um dos melhores livros escritos nos últimos cinco anos.

Veni, vidi, vici,

Filipe.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Schiehallion: a deliciosa escocesa!

Olá, pessoal!

No sábado passado experimentei ao acaso a deliciosa Schiehallion, da cervejaria escocesa Harviestoun. Foi ao acaso mesmo, pois simplesmente olhei para a enorme carta de cervejas do Bar Asterix, na Joaquim Eugênio de Lima, e apontei a dita cuja!

Ao primeiro gole, percebi que havia pedido algo especial. Não me enganei, ela realmente é especial! Foi eleita em 2008 pela revista Beers Of The World como a melhor Pilsen do mundo.

Elaborada com lúpulo Hersbrücker Lager, possui notas de grapefruit, sendo levemente adocicada.

O nome da cerveja foi retirado da famosa montanha escocesa geralmente recoberta por brumas pela manhã.

Produzida a partir de malte de trigo e cevada, possui teor etílico de 4,8% ABV e deve ser servida em copo Pilsner entre 0 e 4ºC.

Grande abraço e se beber me chame!

Filipe.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu, eu mesmo e o lado musical do Death Metal

Olá, pessoal!

Resolvi escrever hoje sobre um sub-gênero musical que vem me despertando interesse de uns dois anos para cá: o death metal melódico.

O paradoxo presente neste rótulo sempre me chamou a atenção, principalmente devido à minha história como apreciador do heavy metal de uma forma geral.

Sendo breve, meu mais remoto vestígio com o heavy metal vem da época do Rock In Rio I, em 1985, quando as rádios tocavam Scorpions, Ozzy Osbourne ou Whitesnake como hoje vocês escutam Lady Gaga e Justin Bieber. Eu curtia e até cantarolava algumas coisas, mas ainda era muito jovem para entender o que estava ouvindo. Foi com a chegada da MTV Brasil, em 1990, que realmente tive contato com bandas como Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Sepultura e outras, eclodindo na minha paixão pelo gênero e no meu primeiro grande show internacional: Faith No More no Rock In Rio II de 1991.

Nessa época andava com um walk-man com uma fita K7 tocando Morbid Angel no talo! A verdade é que eu não entendia nada daquilo! Pra mim, o death metal era só barulho, mas como todo bom adolescente, queria pagar de descolado!

O tempo passou e deixei quase todo metal extremo de lado, excetuando-se Sepultura, a banda que sempre me orgulhou em ser brasileiro.

De uns dois anos para cá, porém, tive algumas reviravoltas em minha vida que me fizeram sair da zona de conforto e seguir adiante, incluindo música nova. Foi nessa época que conheci Arch Enemy e, logo na primeira audição, percebi que tinha algo de mais especial do que minha fita K7 da adolescência. Deparei-me com riffs interessantes, técnica avançada, harmonia cuidadosamente elaborada e melodia vocal, apesar do canto gutural, de onde surgiu o paradoxo citado há algumas linhas atrás.


Chamou-me a atenção o fato do canto gutural partir de uma mulher, a jornalista alemã Angela Gossow. O primeiro álbum que ouvi foi Doomsday Machine. Agressivo e brutal, porém técnico e melódico. 

Procurei depois por outros discos e tive o prazer de conhecer Wages Of Sin e Anthens Of Rebellion. Ambos também violentos e técnicos. Muito bons.

Devidamente interessado pelo death metal melódico, procurei o trabalho que é considerado pela maioria como o percursor desse sub-gênero: Heartwork da banda inglesa Carcass. Quem conhece a discografia desta banda percebe bem a mudança de sonoridade do álbum Necroticism - Descanting the Insalubrious para o Heartwork, seu sucessor bem mais melódico e bem menos cru no que se refere aos arranjos e harmonias.

Importante observar que o Arch Enemy foi fundado pelo guitarrista Michael Amott quando este ainda fazia parte do Carcass.

Outras bandas deste sub-gênero merecem atenção dos fãs de heavy metal, entre elas: Amon Amarth, In Flames, Dark Tranquility, At The Gates e Childrem Of Bodom, apesar desta última ser classificada por alguns apaixonados por rótulos como speed metal extremo. Não faço parte destes apaixonados!

Pra finalizar, deixo aqui os links para os vídeo de Twilight Of The Thunder God da banda suéca Amon Amarth e de Ravenous do Arch Enemy.

Grande abraços a todos e one for all - all for one, we are strong - we are one,

Filipe.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Permanent Waves, o espírito do rádio!

Olá, pessoal!

Quando resolvi criar este blog, minha primeira publicação falava um pouco de minhas intenções e paixões. Os que me conhecem sabem da minha paixão pelo Rush. Foi essa paixão que inspirou minha publicação a respeito do álbum Moving Pictures.

A escolha do nome do blog foi outro problema. Eu sabia que gostaria de alguma palavra ou expressão que tivesse a ver com a idéia de um blog e ao mesmo tempo fizesse alusão ao power trio canadense, mesmo não sendo este blog exatamente sobre eles. O nome escolhido, após uma pequena seleção, foi Entre Nous - entre nós, em francês - que, além de foneticamente interessante, tem o apelo da intimidade de um blog e faz alusão direta ao Rush, já que é o nome da quarta música do álbum Permanent Waves de 1980. E é sobre este álbum que escreverei agora.

Após o excelente, porém difícil, Hemispheres, o trio resolveu simplificar o som, fazendo uma transição do rock progressivo ao rock arena do início da década de 80. Essa idéia se refletiu não apenas no som, mas no conceito da música de abertura do disco: The Spirit of Radio.

Uma das mais conhecidas e celebradas músicas da banda, The Spirit of Radio fala da beleza existente nas músicas radiofônicas, desde que essas sejam honestas. Uma sequencia fantástica de riffs e a introdução de elementos de reggae e ska dão vida à abertura do álbum.

A segunda música se chama Freewill e também possui grande aceitação entre os fãs, sendo, assim como a anterior, muito executada nos shows da banda. Sua letra, de cunho agnóstico, fala do lívre arbítrio. Possui umas das frases mais marcantes e mais "tuitadas" do Professor Neil Peart "If you choose not to decide, you still have made a choice". A música é também conhecida pela parte dos "três solos", quando Lee, Lifeson e Peart parecem solar ao mesmo tempo e se "encontram" em uma ponte de volta ao tema. Sensacional!

A terceira música se chama Jacob`s Ladder e é o primeira grande resquício do rock progressivo da banda. Com uma introdução sombria e um final apoteótico, chama atenção pela repetição de um mesmo tema instrumental em diversas variações e compassos. Genial!

O nome da quarta música, como escrevi acima, é a inspiração desse blog. Entre Nous é uma canção rock com elementos progressivos e com a letra mais intimista do álbum. Fala sobre separação e sobre a necessidade do afastamento para o "crescimento" das duas partes. Do vazio que às vezes se instala entre duas pessoas com muita intimidade. Letra e música lindas!

A quinta música se chama Different Strings e é uma balada melódica desenhada sobre diferentes instrumentos de corda como violão e piano.

A sexta e última música se chama Natural Science e com seus mais de nove minutos é a mais longa e progressiva do disco. É uma suite dividida em três partes: Tide Pools, Hyperspace e Permanent Waves. Cheia de compassos quebrados, melodias bonitas e riffs interessantes, é uma música também bastante executada ao vivo pela banda.

Enfim, recomendo a audição deste que é um excelente disco e que foi o grande divisor de águas no som e no conceito lírico do Rush.

Just between us,

Filipe.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Dica de livro: "A Queda de Bagdá" de Jon Lee Anderson

Olá, pessoal!

Hoje pela manhã, conversava com um companheiro de trabalho sobre as operações de guerra ocorridas no final do ano passado aqui no Rio de Janeiro. Foi quando lembrei de um livro muito interessante sobre a guerra do Iraque que li há alguns anos atrás: "A Queda de Bagdá" do jornalista norte-americano Jon Lee Anderson.

Interessante relato dos últimos dias do governo ditador de Saddam Hussein, o livro apresenta o jornalista da revista de The New Yorker em sua viagem independente a um país em crise e invadido por tropas estado-unidenses.

Cheio de relatos e entrevistas interessantes, o livro mostra mais do que apenas as terríveis estórias de batalhas, mas também as histórias e opiniões de pessoas ligadas diretamente ao ex-ditador. Entre elas, o médico e amigo Alan Bashir, que se mostra um homem sensível e sensato, e Tariq Aziz, ex-primeiro ministro do Iraque e conselheiro de Saddam Hussein.

História de pessoas comuns, como o motorista Sabah, apresentam ainda o retrato de uma sociedade dominada pelo medo.

O livro conta a estória da fundação do partido Baath, passando pela ascensão de Saddam Hussein ao poder, até sua captura e condenação.

Mostra um homem temido por seu temperamento forte e seu pulso de ferro que ao mesmo tempo era um grande apaixonado pela arte. Alan Bashir, além de médico e amigo, era um de seus artistas plásticos preferidos.

Por fim, apresenta um país divido entre a esperança de liberdade e o ódio ao imperialismo norte-americano.

Recomendo fortemente este que é mais do que um simples relato de guerra, mas um vibrante relato de um período conturbado que dividiu os rumos da História Mundial.

Grande abraços e boa leitura a todos,

Filipe.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nextel: A pior empresa de telefonia móvel do Brasil!

Olá, pessoal!

Por motivo de força maior, estou há alguns dias sem publicar nada no blog. Minha idéia hoje era escrever sobre algo agradável, mas infelizmente tive um contratempo hoje e vou aqui dividir o infortúnio com vocês.

Não tenho realmente certeza, mas acho que sou cliente da Nextel desde início de 2009. De lá para cá, tive alguns pequenos problemas e quase sempre fui muito mal atendido.

A começar pelo meu primeiro aparelho: o bonitinho, mas ordinário Motorola i776! O safado tem um problema de fábrica conhecido de todos: seu fone para de funcionar após um certo tempo! Aliás, em geral os aparelhos da Motorola são uns lixos, e para desgosto dos clientes, a Nextel somente trabalha com esta marca para celulares "comuns".

Na época que possuia este aparelho, pagava um pequeno valor para uso de rede WAP. O serviço WAP da Nextel é uma das piores coisas que conheci na vida! Serviço super lento e ilimitado!

Após alguns problemas de conexão, pedi que resolvessem meu problema. A resposta foi: "senhor, não podemos fazer nada". Pedi que cancelassem o serviço e isto foi feito imediatamente. A Nextel não tem o menor respeito com o cliente. Não se prontifica, uma vez que seja, a solucionar o seu problema. Para eles o lema é: "não está satisfeito, pula fora".



Cansado do péssimo serviço WAP e, viciado em Internet, resolvi então comprar um Smartphone. Temos aí mais um problema de escravidão: somente a BlackBerry trabalha com a Nextel. Fui obrigado a comprar o caríssimo Curve 8350i e pagar, além do caro plano de minutos da Nextel, R$75,00 por mês para o pacote de dados BlackBerry. Esse preço nos dá acesso ilimitado, o que é ótimo, porém para uma conexão pior do que qualquer outro Smartphone, por não se tratar de banda 3G.

Até aí, eu nem reclamava muito! Não sou daqueles que reclama de qualquer coisa! Estava de certa forma satisfeito com meu Smartphone.

Até que no dia de ontem, o trackball (aquela bolinha metida a mouse) do aparelho pifou. Levei na loja em que comprei e escutei da atendente: "pelo valor de R$500,00, trocamos seu aparelho".

Eu falei que não pagaria mais R$500,00 por isso. Disse que gostaria apenas que consertassem o trackball do meu aparelho. PEDIDO NEGADO!

Voltei possesso pra casa e liguei para a Nextel, a fim de tentar achar solução para meu problema. Triste ilusão! Após mais de 30 minutos no telefone e muitos palavrões, não resolveram meu problema. Motivo? "Quem tem autonomia é a loja".

Pedi que cancelassem meu número e fui prontamente antendido. E ainda recebi a fantástica notícia de ter que pagar a multa de reincisão de contrato de fidelidade com o BlackBerry. Desculpem a grosserria, mas infelizmente, nesse namoro, só o cliente entra com o rabo!

Enfim, tenho muito mais estóría, mas acho que isso já é o suficiente para dizer a todos vocês: CORRAM desses três lixos de empresa chamados Nextel, Motorola e BlackBerry.

Divulguem se possível esta postagem e contem suas estórias também! Vamos queimar o filme desses pilantras!

Grande abraço a todos,

Filipe.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Anesthesia, Right Now e Dark Maiden: o rock carioca ainda respira!

Olá, pessoal!

Ouvi recentemente, e fui obrigado a concordar, que o Rio de Janeiro se tornou o túmulo do Rock. Realmente, o bom e velho rock & roll a cada dia perde mais espaço na capital do samba. Porém, alguns redutos cariocas ainda preservam o mais maldito dos estilos. Os meus preferidos são o Heavy Duty, o Calabouço e recentemente, o Rio Rock&Blues.

O que me motivou, porém a escrever, foram três excelentes bandas covers que assisti recentemente. Todas as três super competentes, mostrando que ainda existe um fio de esperança para os roqueiros da Cidade Maravilhosa.

A primeira delas é a Anesthesia, banda que faz cover do Metallica. Tenho pouca informação sobre os membros da banda, mas posso garantir que todos os quatro interpretam bem seus papéis. Técnica e energia aliados ao bom repertório praticamente focado nos três primeiros álbuns ainda com o lendário baixista Cliff Burton. Tocam ainda algumas canções do And Justice For All, primeiro álbum após a morte de Burton, porém ainda considerado uma das obras-primas da banda.


A segunda banda se chama Right Now e faz cover do Van Halen. Outra banda muito talentosa, onde não só a técnica, mas o espírito alegre do Van Halen está presente. Tenho também pouca informação sobre os membros, mas lembro que o guitarrista, além de imitar o Eddie com maestria, faz o mesmo tipo cínico e brincalhão do gênio do tapping. O show é bem democrático, dividindo bem o repertório entre as fases David Lee Roth e Sammy Hagar.

A terceira se chama Dark Maiden e, como vocês devem ter adivinhado, faz cover do Iron Maiden. A banda é recente, com poucos shows no currículo, mas já muito comentada entre os apaixonados fãs cariocas da Donzela de Ferro. A formação atual é composta por Riq Terrys - vocais, Renato Barcelos - guitarra, Kleber Ramalho - guitarra, Rick Ferris - baixo e Duda Rios - Bateria.

O grande propósito da banda é tocar principalmente os b-sides do Maiden como Caught Somewhere in Time, Infinite Dreams e Flash Of The Blade, por exemplo.

A Dark Maiden tem show marcado para o dia 11 de fevereiro no Calabouço Bar, em Vila Isabel, Rio de Janeiro.

Para fechar, deixo aqui o video de Where Eagles Dare com a Dark Maiden. Infelizmente, não achei videos das outras duas bandas.

Grande abraço a todos e SCREAM FOR ME, RIO DE JANEIRO!!!

Filipe.