Resolvi escrever hoje sobre um sub-gênero musical que vem me despertando interesse de uns dois anos para cá: o death metal melódico.
O paradoxo presente neste rótulo sempre me chamou a atenção, principalmente devido à minha história como apreciador do heavy metal de uma forma geral.
Sendo breve, meu mais remoto vestígio com o heavy metal vem da época do Rock In Rio I, em 1985, quando as rádios tocavam Scorpions, Ozzy Osbourne ou Whitesnake como hoje vocês escutam Lady Gaga e Justin Bieber. Eu curtia e até cantarolava algumas coisas, mas ainda era muito jovem para entender o que estava ouvindo. Foi com a chegada da MTV Brasil, em 1990, que realmente tive contato com bandas como Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Sepultura e outras, eclodindo na minha paixão pelo gênero e no meu primeiro grande show internacional: Faith No More no Rock In Rio II de 1991.
Nessa época andava com um walk-man com uma fita K7 tocando Morbid Angel no talo! A verdade é que eu não entendia nada daquilo! Pra mim, o death metal era só barulho, mas como todo bom adolescente, queria pagar de descolado!
O tempo passou e deixei quase todo metal extremo de lado, excetuando-se Sepultura, a banda que sempre me orgulhou em ser brasileiro.
De uns dois anos para cá, porém, tive algumas reviravoltas em minha vida que me fizeram sair da zona de conforto e seguir adiante, incluindo música nova. Foi nessa época que conheci Arch Enemy e, logo na primeira audição, percebi que tinha algo de mais especial do que minha fita K7 da adolescência. Deparei-me com riffs interessantes, técnica avançada, harmonia cuidadosamente elaborada e melodia vocal, apesar do canto gutural, de onde surgiu o paradoxo citado há algumas linhas atrás.
Chamou-me a atenção o fato do canto gutural partir de uma mulher, a jornalista alemã Angela Gossow. O primeiro álbum que ouvi foi Doomsday Machine. Agressivo e brutal, porém técnico e melódico.
Procurei depois por outros discos e tive o prazer de conhecer Wages Of Sin e Anthens Of Rebellion. Ambos também violentos e técnicos. Muito bons.
Devidamente interessado pelo death metal melódico, procurei o trabalho que é considerado pela maioria como o percursor desse sub-gênero: Heartwork da banda inglesa Carcass. Quem conhece a discografia desta banda percebe bem a mudança de sonoridade do álbum Necroticism - Descanting the Insalubrious para o Heartwork, seu sucessor bem mais melódico e bem menos cru no que se refere aos arranjos e harmonias.
Importante observar que o Arch Enemy foi fundado pelo guitarrista Michael Amott quando este ainda fazia parte do Carcass.
Outras bandas deste sub-gênero merecem atenção dos fãs de heavy metal, entre elas: Amon Amarth, In Flames, Dark Tranquility, At The Gates e Childrem Of Bodom, apesar desta última ser classificada por alguns apaixonados por rótulos como speed metal extremo. Não faço parte destes apaixonados!
Pra finalizar, deixo aqui os links para os vídeo de Twilight Of The Thunder God da banda suéca Amon Amarth e de Ravenous do Arch Enemy.
Grande abraços a todos e one for all - all for one, we are strong - we are one,
Filipe.
Concordo plenamente com vc ... o Heartwork do Carcass eh o divisor de aguas e o Amott o grande cerebro dessa mudanca. De uma forma muito pessoal ele conseguiu conciliar a agressividade e ate certo ponto podridao do carcass, a riff com uma sonoridade unica sem perder a harmonia....
ResponderExcluirGracas ao Carcass, temos o Arch Enemy e toda essa geracao que voce mencionou....
Sobre a Angela, acho q ela foi uma grande resposta aquela onda q teve com bandas de vocalistas femininas q eram sopranos, que eu ate gosto, como o Nightwish, After Forever, etc... Ela mostrou a todos q nao precisa ser uma cantora lirica para destruir no Metal....
cara, tu escreve bem mesmo, hein........adorei, viu.....beijos!
ResponderExcluirPara tudo! Acabei de descobri que a fita k7 da minha adolescência não era Morbid Angel, mas sim o clássico "Obituary - Cause of Death", cuja capa eu já conhecia antes, pois era a arte de uma carteira emborrachada que minha mãe havia me dado! risos.
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