Olá, pessoal!
A última semana foi movimentada para os fãs do Dream Theater. Com a saída do ritmista-gênio-esponja Mike Portnoy, vários músicos se candidataram à vaga de pé-de-cana baterista do maior expoente do Progressive Metal americano.
A idéia desse texto não é falar desse novo homem das baquetas, mas do antigo e sua predileção pela malvada.
Como é de conhecimento dos fãs, Mike Portnoy é assumidamente alcoólatra e já enfretou diversos problemas por causa de seu gosto pela birita.
E foi por causa desses problema que o cachaceiro músico resolveu escrever canções sobre os conhecidos 12 Passos dos Alcoólicos Anônimos. Para quem não os conhece, vamos listar abaixo todos eles:
1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas;
2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade;
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de um Poder Superior, na forma em que O concebíamos;
4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos;
5. Admitimos perante o Poder Superior, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas;
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter;
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições;
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados;
9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem,
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente;
11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade;
12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
Sinceramente, lendo os Doze Passos, achei-os meio redundantes e julgo que poderíamos resumí-los em uma meia dúzia no máximo. Não importa agora.
Bem, pela descrição dos Passos, pode-se perceber a carga pesada que um viciado e seus entes enfrentam com a doença. E é com essa carga pesada que Portnoy escreveu as músicas que falaremos a seguir:
1- The Glass Prison
Lançado no álbum Six Degrees of Inner Turbulence de 2002, essa é a primeira da série de músicas que abordam o assunto "AA". Ela é dividida em três partes: Reflection, Restoration e Revelation.
I. Em Reflection, aparecem os primeiros sinais de consciência sobre o vício em álcool.
II. Em Restoration, o alcoólatra aceita sua condição e pede ajuda.
III. Em Revelation, ele finalmente se junta ao AA e começa a viver seus dias de lucidez.
Musicalmente é forte e bonita ao mesmo tempo. Boa faixa de abertura.
2 - This Dying Soul
This Dying Soul, a sequência de The Glass Prison, é uma música lançada no álbum Train of Thought de 2003. É divida nas partes IV e V da série.
IV. A primeira parte se chama Reflections of the Reality (Revisited) e fala da condição de entrega do personagem ao vício. É a auto-reflexão. Apresenta um furioso "diálogo" entre a bebida e o doente. Musicalmente é interessantíssima, com riffs que parecem temas egípcios e um refrão que está entre os meus preferidos.
V. Release é a segunda parte e mostra novamente o protagonista procurando ajuda após o reconhecimento de suas falhas e fraquezas. O tema é bem mais acelerado e termina com uma disputa desenfreada de solos de todos os integrantes. Meio cansativo até, mas ainda assim interessante.
3. The Root of All Evil
As partes VI e VII da série vêm nesta faixa lançada no álbum Octavarium de 2005.
VI. A primeira parte se chama Ready e descreve uma coleção de sentimentos ruins que acompanham o doente e a vontade de exterminá-los. Musicalmente é acelerada e forte, com riffs e refrão poderosos.
VII. A segunda parte, Remove, mostra a difícil luta do alcoólatra contra seu vício e sua vontade de se livrar dele. Uma versão modificada do refrão de This Dying Soul é citado nesta parte. Musicalmente, se parece com Ready.
4. Repentance
As partes VIII e IX da série vêm nesta faixa lançada no álbum Systematic Chaos de 2007.
VIII. Regret é uma música lenta e arrastada com um curioso arranjo. Fala do arrependimento pelo passado sujo e doente ligado à bebida e a vontade de se desculpar com todos os que foram afetados. O início da música, cita de forma calma os primeiros versos de This Dying Soul.
IX. Restitution é uma instrumental lenta com vocalizações diversas e algumas passagens narradas ao fundo. É o momento de recuperação do doente e de suas desculpas a todos os que machucou.
Na minha opinião, a mais fraca da série.
5. The Shattered Fortress
As três últimas partes fazem parte desta canção lançada no álbum Black Clouds & Silver Linings de 2009.
X. Restraint mostra a constante vigília do protagonista para permanecer lúcido e coibir sua recaída ao vício. Musicalmente é forte, alternando vocais guturais e limpos.
XI. Receive é o grande momento de fé do personagem. Sua entrega à oração e aos caminhos de Deus como instrumento de cura.
XII. Responsible mostra o último passo do AA que é transmitir ajuda a todos os que precisam.
Ao fim da turnê de Black Clouds & Silver Linings, nosso esponja preferido se desligou do Dream Theater para assumir asgarrafas baquetas do Avenged Sevenfold, onde permaneceu por poucos meses.
Enfim, recomendo a audição não apenas das músicas citadas acima, mas dos álbuns que as contém. De preferência acompanhado de uma leve cervejinha amiga.
Grande abraço a todos e se beber me chame,
Filipe.
Ao fim da turnê de Black Clouds & Silver Linings, nosso esponja preferido se desligou do Dream Theater para assumir as
Enfim, recomendo a audição não apenas das músicas citadas acima, mas dos álbuns que as contém. De preferência acompanhado de uma leve cervejinha amiga.
Grande abraço a todos e se beber me chame,
Filipe.
Embora eu não beba, convenhamos...a qualidade musical do Dream Theater caiu consideravelmente quando o Portnóia parou de beber hehehe
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