sexta-feira, 29 de março de 2013

Steven Wilson - The Raven That Refused To Sing (And Others Stories)

Olá, pessoal!

Venho prometendo via Twitter há alguns dias escrever sobre o terceiro álbum solo de Steven Wilson.

Para quem não conhece, Steven Wilson é o líder da banda de rock progressivo/alternativo Porcupine Tree.


Apesar da promessa, demorei um pouco a começar o texto pelo seguinte fato: The Raven That Refused To Sing (And Others Stories) não é um disco fácil de ouvir. Como a maioria dos discos de progressivo não o são.

Luminol, a faixa de abertura, de cara, evoca o progressivo moderno de Porcupine Tree. Inicia-se acelerada, com uma passagem instrumental direta, sem excessos de firulas, e desemboca num tema lento e arrastado. Bonita melodia. Influências claras de jazz e Pink Floyd.

Após volta ao tema principal, Luminol faz ligação com a segunda faixa, a balada Drive Home. Belíssima, nos dá a sensação de estarmos realmente ouvindo Pink Floyd. Inclusive nos longos e belos solos de guitarra.

Vale ressaltar que o produtor de The Raven That Refused To Sing (And Others Stories) foi Alan Parsons, o engenheiro de som responsável por nada mais nada menos que Dark Side Of The Moon. Talvez por isso, essa enorme semelhança com a banda de Waters e Gilmor.

The Holy Drinker é mais dinâmica, torta e estranha, sem perder, porém, a beleza. Progressiva, no sentido musical da palavra, lembra o difícil Rush de Caress of Steel.

The Pin Drop é outra ótima canção. Segue a tendência instrumental e melódica do álbum, porém menos pretensiosa.

O disco, aliás, é todo tão bem escrito que nos dá uma sensação enorme de deja vú. Parece que todas as melodias e riffs já nos são velhos conhecidos.

The Watchmaker é outra extensa faixa que alterna ótimos solos e melodias. Sombria, cheia de interlúdios, solos de flautas e pianos, mostra um artista lúcido e criativo disposto a fazer música simplesmente pela arte. Há quanto tempo não ouvia nada parecido?

The Raven That Refused To Sing encerra o excelente álbum de forma triste, melancólica. Belíssima canção.

Não é um disco fácil de se ouvir, mas já está na minha lista dos melhores de 2013. Deve ser apreciado em doses homeopáticas. Principalmente para essa geração acostumada a pouquíssimos deslumbres de arte e complexidade na música.

Enfim, apesar de tudo, ainda temos gente muito boa e talentosa trabalhando na contramão das tendências minimalistas do mercado fonográfico.

Grande abra a todos,

Filipe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário