sábado, 28 de maio de 2011

Paul McCartney - Up And Coming Tour 2011 - Rio de Janeiro

Olá, pessoal!

Essa semana, a Cidade Maravilhosa viveu outro momento marcante: o eterno Beatle, Paul McCartney, voltou ao Rio de Janeiro após o histórico show realizado no Maracanã para 184 mil pessoas em 1990.


Como o lendário estádio Mario Filho está fechado para obras, o palco desta vez foi o João Havelange, também conhecido como Engenhão.

Como a capacidade do Engenhão é muito menor, foram programados dois shows nos dias 22 e 23 de maio de 2011 para aproximadamente 45 mil pessoas em cada.

Com um pequeno atraso de quinze minutos, Sir Paul McCartney subiu ao palco sob gritos histéricos e alucinados do enlouquecido público carioca. E o show nem havia começado! Foi simpático, brincou, sorriu e, aos primeiros acordes de Hello, Goodbye, ouviu um Engenhão lotado cantar cada sílaba como se inglês fosse nossa língua pátria!

O show prosseguiu alternando clássicos dos Beatles e sucessos da carreira solo de Paul, incluindo sua antiga banda Wings. Pulei como criança em Jet.

Aliás, alternar é a especialidade de McCartney que se sente completamente a vontade, seja no baixo, na guitarra ou sentado ao piano. E foi no piano que tive a primeira grande emoção da noite: The Long and Winding Road. Linda!

Após um set intimista de violão e voz, incluindo clássicos como Blackbird e And I Love Her , Eleanor Rigby chega para o delírio dos beatlemaníacos presentes. Obra-prima!

E por falar em obra-prima, a linda Something, dedicada ao falecido amigo e ex-beatle George Harrison, vem em seguida e arranca lágrimas de muita gente por ali.

Após uma longa série de lentas canções, a animada e meio psicodélica Band on the Run, um dos maiores clássicos dos Wings, esquentou novamente o público, que logo pularia e dançaria aos sons de Ob-La-Di Ob-La-Da e Back in the U.S.S.R., clássicos dos Beatles. Detalhe para a primeira, de nome estranho, que sempre achei chata em estúdio, mas que é diversão garantida ao vivo.
Um sequimento de grandes canções fechou o set principal: I've Got a Feeling, Paperback Writer, A Day in the Life, Give Peace a Chance, Let it Be, Live and Let Die e Hey Jude.

Detalhes para a minha emoção em A Day in the Life, minha canção preferida dos Beatles, para Live and Let Die com fantásticos efeitos pirotécnicos e para Hey Jude, com o público cantando em uníssono o famoso e memorável "Na Na Na Na", enquanto o telão mostrava o pessoal da Pista Prime levantando papéis com as célebres sílabas! De chorar!

Paul McCartney voltaria ao palco duas vezes. A primeira com Day Tripper, Lady Madonna e Get Back. A segunda com Yesterday, Helter Skelter e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band para fechar.

Na segunda-feira, 23/5/2011, e sem atrasos, Sir Paul pisava novamente no palco do Engenhão para, o que parecia impossível, um público ainda mais quente que o de domingo.

O setlist foi praticamente o mesmo, trocando apenas Hello Goodbye por Magical Mistery Tour, Letting Go por Coming Up, Drive My Car por Go To Get You Into My Life, I've Just Seen a Face por I'm Looking Through You e Get Back por I Saw Her Standing There.

Os set lists completos podem ser conferidos aqui: domingosegunda-feira.

Não posso dizer qual setlist foi o melhor, apesar de ter vibrado muito mais com Magical Mistery Tour, mas a diferença mesmo nos dois shows foi o público de segunda que realmente estava mais quente e a própria banda no palco, incluindo McCartney, que estava mais solta e emocionada. Meninas foram chamadas ao palco e, aos prantos, abraçavam e beijavam o carismático ídolo que a todo instante arranhava um britânico português.

Tirando a falta que algumas canções pós-Beatles, como My Love, Rock Show ou My Brave Face, fizeram, foram duas noites incríveis e inesquecíveis da qual agradeço Luciana, Neto e Priscilla, que no domingo me acompanharam e mostraram muito rock & roll no pé, e à minha mãe, que na segunda-feira, histérica, feliz e emocionada, não parava de dançar e agradecer ao "filho lindo e fofo" pelo melhor presente que ela poderia ganhar de dia das mães. Segura o ciúme aí, Diguinho!

Enfim, quem viu, viu!

Grande abraço a todos e "Na na na na na na na..."

Filipe.

domingo, 22 de maio de 2011

Os deliciosos 42 minutos de distúrbios mentais!

Olá, pessoal!

Sempre tive o hábito, assim como muitos de vocês, de me apaixonar tanto por uma música que simplesmente a escuto por repetidas vezes. Às vezes, inclusive, durante muitas semanas. Até aí tudo muito normal. A coisa muda de figura quando a música possui singelos 42 minutos de duração.


Six Degrees of Inner Turbulence é um CD duplo lançado em 2002 pela banda americana de progressive metal Dream Theater, onde o disco UM é composto de cinco músicas e o disco DOIS é composto exclusivamente pela faixa-título de 42 minutos. Como a idéia do texto é de realmente falar da canção e do conceito que a engloba, vou passar rapidamente pelo primeiro disco.

A faixa de abertura se chama The Glass Prison e é a primeira de uma série de músicas que a banda gravou sobre os 12 passos do AA* e que escrevi recentemente aqui no blog.

Blind Faith, a segunda canção, é uma música de mais de 10 minutos de altos e baixos.

A terceira música se chama Misundestood. É uma balada, daquelas que começam bem calmas e vão ganhando força durante seus mais de nove minutos. As experimentações do tecladista Jordan Rudess são interessantes ao final da faixa. Boa música.

Em seguida, The Great Debate, outra longa canção, com mais de 13 minutos começa arrastada e vai acelerando. A melodia é interessante e os arranjos realmente bem construídos, mas não chega a ser uma faixa brilhante. Bem, pelo menos não a senti assim ainda.

A última música do primeiro disco se chama Disapear. Com um belíssimo arranjo de sintetizadores e piano, é uma bonita e interessante balada.

De certa forma, o disco UM é um bom disco, porém irregular em vários momentos. Muito diferente do disco DOIS. Esse sim, uma obra-prima. Os deliciosos 42 minutos de distúrbios mentais.

Six Degress of Inner Turbulence é isso, uma suite de 42 minutos, onde cada parte descreve um diferente distúrbio mental.

A primeira parte é uma instrumental chamada Overture. É interessantísima, como já é de costume entre as instrumentais gravadas pela banda. Criatividade, bom gosto e técnica são marcas forte do grupo.

O final da primeira parte é apoteótica, como uma grande sinfonia, e emenda numa bela introdução de piano para a segunda parte, About To Crash. A maravilhosa e lindíssima melodia da segunda parte contrasta com o triste conceito da letra: transtorno bipolar. Conhecido pelos leigos como maníaco-depressivo, o portador de transtorno bipolar, costuma mudar de humor de forma pendular, isto é, ou está muito eufórico ou muito depressivo. É geralmente tratado com ingestão de lítio.

A terceira parte, War Inside My Head, uma canção um pouco mais pesada e forte vem com o tema "transtorno de estresse pós-traumático". O portador, após um choque traumatico, possui distúrbios de ansiedade dais quais se destacam pesadelos, flashbacks do evento causador do trauma e incapacidade de amar.

Outra parte pesada e forte vem em seguida. The Test That Stumped Them All trás o conceito de esquizofrenia. Possivelmente a mais séria e perigosa entre as seis doenças citadas. O indivíduo portador de esquizofrenia apresenta, entre outros sintomas, alucinações auditivas e visuais. Em alguns casos, era tratado com choque elétrico. Em muitos casos, apenas fármacos antipsicóticos são eficazes. A doença começou a ser tratada pela sociedade leiga como doença, e não apenas simples sinal de loucura, após o sucesso no cinema de Uma Mente Brilhante. Recentemente, uma novela também tratou o assunto abertamente.

Como escrevi, a música é realmente pesada e forte, com várias passagens instrumentais muito velozes. Detalhe para os interessantes versos de Labrie imitando os pais do garoto doente.


Logo em seguida, vem a linda balada Goodnight's Kiss. Seria uma linda canção de amor se o tema não fosse depressão pós-parto. Ao final da faixa, com andamento um pouco mais acelerada, pode-se ouvir o que nos parece ser a mãe cometendo algum ato de violência contra o filho. Forte!


Em seguida vem o que me parece ser a música mais doce da carreira do Dream Theater. Solitary Shell é belíssima e gostosa. Sim, daqueles melodias flertando entre o rock e o folk, com lindo arranjo de violão e teclados. A letra, talvez a mais poética do álbum, descreve o autismo. Resumidamente, o autista vive em seu próprio mundo, com enorme dificuldade de comunicação com os outros. Hiperatividade e inatividade extremas também são marcas do autista. Ao final da música, a banda inicia um fantástico tema instrumental.

Logo depois, voltam com uma reprise para About to Crash. Um pouco mais acelerada que a primeira, valoriza mais as viagens instrumentais comuns entre a obra do grupo.

O final fica por conta de Losing Time/Grande Finale. A música é meio arrastada, meio apoteótica. Em minha opinião, a melodia menos bonita entre todas as partes da música, mas ainda sim uma grande melodia. A letra fala sobre o que muitos chamam de transtorno de dissociação de personalidade. Existem inúmeros tipos, inclusive paixões insanas e narcisismo extremo.

Uma observação, essa onda de chamar qualquer introdução de Overture e final de Grand Finale precisa acabar, não é?

Por fim, deixo aqui meu comentário sobre a letra da música: sensacional! Todos os casos são tratados de forma poética, com muito bom gosto. A música então, nem se fala! Espetacular!

Como falei, são 42 minutos deliciosos que não me cansam. Recomendo fortemente!

Grande abraços a todos e "he was drifting in and out of sanity, but in every other way he was fine"

Filipe.

domingo, 15 de maio de 2011

Incompleto, triste e feliz.

Olá, pessoal!

Muito antes da criação deste blog, do Twitter ou de qualquer outro meio de desabafo cibernético, sempre li, ouvi, falei ou escrevi algo relacionado aos sentimentos.

Fui criado por pais maravilhosos, estudei em bons colégios, graduei-me em uma universidade renomada e concorrida, ingressei sete anos depois de formado na mesma universidade para cursar um programa de mestrado, tenho um emprego razoável em uma empresa renomada e respeitada, tive algumas paixões,  tive amor, tenho amigos maravilhosos e certa facilidade para reconhecer outros mais, sinto-me bem e confortável por ter um certo grau de instrução e cultura que me separa dos beócios, sou bem-humorado e, acima de tudo, não possuo ambições e sonhos impossíveis ou grandiloquentes. Então me pergunto: sou uma pessoa feliz?

Essa talvez seja a pergunta mais sem resposta da maioria de todos nós. Por quê? Porque é muito difícil definir o que realmente é "felicidade". E mesmo que a expliquemos, de que forma a mediremos?

O assunto é tão ponderoso e reflexivo que muita gente, seja impostora ou seja séria, faz dinheiro com isso. Psicólogos, curandeios, líderes espirituais, palestrantes motivacionais, escritores de auto-ajuda, etc.

Para grande parte dos estudiosos, felicidade não é uma emoção, mas um sentimento de bem estar. Como nos canta o Barão Vermelho: "a felicidade é um estado imaginário".

E o que nos torna feliz? Tive um chefe que me dizia: "Felicidade é o tripé pessoal, profissional, amor". De certa forma, concordo com ele. Mas seria apenas isso? Onde entra a espiritualidade no nosso bem estar?

Por que mesmo quando temos amor, trabalho, amigos e diversão muitas vezes nos sentimos incompletos? O que nos faz sentir que sempre falta algo?

Em alguns momentos me sinto feliz, em outros, triste, em outros, apenas aliviado. Alívio e leveza são espécies de contentamento? E o que realmente define uma pessoa triste?

Passei por momentos difíceis na vida. Algumas breves nuvens passageiras e outras tempestades que pareciam sem fim! Os momentos mais tristes acabaram de alguma foma me fortalecendo. Hoje, são usadas como comparativos. Quando algo ruim acontece, penso: "relaxa, se você passou por aquilo, passa por quase qualquer coisa". Por que quase? Tenho medo terrível da morte! Não a da minha, mas as das pessoas que amo.

Enfim, você é feliz?
Grande abraço a todos e "now it's time for happiness, stay hard and trust your fate".

Filipe.

domingo, 8 de maio de 2011

Onde foi parar a identidade?

Olá, pessoal!

Esse final de semana estive em São Paulo para assistir ao show do Helloween* no Credicard Hall. No dia seguinte ao evento, liguei a TV do hotel, coisa rara para quem nunca gostou de televisão, e acabei deixando na MTV enquanto tomava meu banho. Começou então uma chata sessão de hip-hop e R&B da qual, desculpem-me os fãs, não se salvou nenhuma!
O ponto da questão foi não conseguir perceber a diferença de uma música para outra! Entre doces gemidos e batidas repetidas, as cantoras americanas sempre me pareciam a mesma pessoa! Foi quando me veio a cabeça uma antiga pergunta: onde foi parar a identidade musical?

Não vou aqui discutir a qualidade das canções e melodias, pois gosto é gosto! O que me motivou a escrever é exatamente a pergunta do título. Parece que as cantoras são sempre a mesma pessoa, com os mesmos produtores, estúdios de gravação e músicos de acompanhamento.

Aliás, esse não é um problema exclusivo da música negra americana. O rock, que hoje não passa de três acordes bobos e cozinha reta, também perdeu a identidade. Entre cabelos mal penteados e olhos pintados, os "roqueiros" também repetem a mesma fórmula por diversas vezes.

Lembro da época em que grupos musicais não apresentavam apenas talento, mas exerciam grande influência musical. A imagem e a atitude pouco importavam para bandas cujo som marcou gerações.
É muito comum até hoje ouvir alguém dizer: "Nossa! Isso é muito Yes" ou Jethro Tull, Black Sabbath, Led Zeppelin, Pink Floyd, etc. Essas bandas tinham estilo próprio! E esse estilo é visto e copiado em alguns retrôs de hoje em dia!

Não apenas as bandas sessentistas e setentistas de rock possuiam estilo próprio. Vários artistas surgidos na década de 1980 carregaram esse emblema: Iron Maiden, The Police, Public Enemy, Metallica, Madonna, Beastie Boys, Oingo Boingo, etc.

O cinema também criou suas marcas: Quentin Tarantino, Stanley Kubrick, Guy Ritchie, David Lynch e mesmo o comediante Mel Brooks.

Uma pena que o talento seja tão talhado hoje em dia! E não digo isso como saudosista! Podem acreditar!

Deixo a palavra com vocês.

Grande abraço,

Filipe.

Stratovarius e Helloween - São Paulo - Credicard Hall

Olá, pessoal!

Anteontem, 6/5/2011,  este carioca apaixonado por estrada e desiludido com o cenário rock da Cidade Maravilhosa partiu para mais uma aventura na cidade de São Paulo. Dessa vez o motivo foi estritamente musical: assistir aos shows de Stratovarius e Helloween.

Após alguma correria entre estrada, rodoviária, metrô, ônibus, hotel, táxi e finalmente Credicard Hall, fiz amizades na fila de entrada, batizei a alma com alguma cerveja e pontualmente às 22h ovacionei a entrada dos finlandêses do Stratovarius.

Farei breve resenha do Stratovarius, pois confesso conhecer pouquíssimo da banda e, sendo assim, seria injusto e irracional escrever qualquer crítica sobre sua obra. O setlist foi o listado a seguir:

  1. Infernal Maze;
  2. Eagleheart;
  3. Phoenix;
  4. The Kiss of Judas;
  5. Winter Skies;
  6. Under Flaming Skies;
  7. Paradise;
  8. Darkest Hours;
  9. Speed of Light;
  10. Hunting High and Low;
  11. Black Dimond.
De todas essas, conhecia bem The Judas Kiss e Hunting High and Low, e já tinha ouvido uma ou outra sem muita atenção. Não me recordo quais. Algumas canções fazem parte do último álbum da banda, Elysium.

De qualquer forma, foi um bom show, com grande resposta do público e com um das melhores qualidades de som que já ouvi em um show de heavy metal. Parabéns aos músicos, engenheiros, técnicos e ao Credicard Hall.

Após breve pausa para mudança de palco, a banda alemã Helloween subia para apresentar o show da turnê de seu mais novo álbum, 7 Sinners. Dessa sim, sou grande fã, e posso dizer com propriedade: showzaço!

A música de abertura ficou por conta de Are You Metal?,  o primeiro single do novo álbum. Confesso que não sou apaixonado por ela, mas que funcionou muito bem ao vivo como música de abertura.

Uma de minhas músicas preferidas, o clássico Eagle Fly Free, veio logo em seguida. Essa é espetacular, mas não consigo não pensar em Michael Kiske quando a ouço. De qualquer forma, primeiro grande momento da noite!

Steel Tormentor, do cultuado álbum Time of the Oath, foi a terceira música do show. Outra grande canção!

Em seguida, o guitarrista Sasha Gerstner, que está a cara do Pepeu Gomes, fez seu solo de guitarra, emendando na boa Where The Sinners Go, faixa de abertura de 7 Sinners.


Também do último álbum, World of Fantasy veio na sequência. Pra mim umas das piores músicas do Helloween. Funciona mal em estúdio e pior ainda ao vivo! É uma coisa me Rick Martin, sei lá! Onde estavam com a cabeça? Fora do armário?

Logo após, Dani Löble começou seu solo de bateria. Um solo morno, porém veloz e técnico. Grande baterista! O solo emendou em  I'm Alive, música de abertura do clássico Keeper of the Seven Keys PT1. Umas das canções do antigo vocalista que soa bem na voz de Andi Deris. Talvez por não ser tão marcante quanto Eagle Fly Free ou I Want Out.

Mais uma do novo disco veio para preencher o setlist: You Stupid Mankind. Música forte e pesada. Funcionou bem no show!

Para dar uma acalmada na galera, uma versão acústica de Forever and One (Neverland) foi apresentada pelo vocalista Deris e o guitarrista Sasha. No melhor estilo banquinho e violão, fizeram o público cantar a plenos pulmões essa linda e forte balada!

A sequência ficou por conta da boa A Handful of  Pain. É uma canção bacana que não chama muita atenção no meio da discografia da banda, porém causa um bom impacto no setlist. Grande momento!

Um medley com canções da trilogia Keeper of the Seven Keys foi o grande momento da noite! Com duração de quase quinze minutos, executaram com maestria as músicas Keeper of the Seven Keys, The King for a 1000 Years e Halloween. Sensacional!


O encerramento do setlist principal ficou por conta do maior sucesso da banda, I Want Out. Como falei acima, é muito marcante na voz de Kiske. Aindo a estranho na voz de Deris. Azar o meu, pois levantou a todos os presentes. A música foi extendida para que o carismático vocalista brincasse com o público em inglês, português e espanhol! Com uma bandeira do Brasil pendurada nos ombros, zombou de Löble, pois o baterista não consegue ouvir o que é dito para o público! Engraçado!

A banda voltou ao palco para o primeiro bis com dois clássicos: Ride the Sky e Future World. Ambas poderosas ao vivo!

O grupo fez breve pausa e voltou para a música de encerramento: Dr. Stein. Como anunciado nos jornais, pessoas foram fantasiadas como o cientista louco e foram chamadas ao palco para curtir junto aos alemães. A música é divertida e a atitude muito simpática!

Por volta de 1h da madrugada, o Helloween se despede definitivamente do fantástico público paulistano!

Adorei o show, apesar de achar que deveriam valorizar mais os álbuns da fase Deris.

Por fim, este simpático blogueiro arrumou carona de volta ao hotel, fez seu lanchinho da madrugada e se despediu brevemente de São Paulo, pois Slayer vem aí e, novamente, o Rio de Janeiro ficou de fora!

Grande abraço a todos e "no, No, NOOOO, LEAVE ME ALOOOOOOOOOOOOOOONE"

Filipe.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mike Portnoy e a cachaça!

Olá, pessoal!

A última semana foi movimentada para os fãs do Dream Theater. Com a saída do ritmista-gênio-esponja Mike Portnoy, vários músicos se candidataram à vaga de pé-de-cana baterista do maior expoente do Progressive Metal americano.


A idéia desse texto não é falar desse novo homem das baquetas, mas do antigo e sua predileção pela malvada.


 
Como é de conhecimento dos fãs, Mike Portnoy é assumidamente alcoólatra e já enfretou diversos problemas por causa de seu gosto pela birita.


 
E foi por causa desses problema que o cachaceiro músico resolveu escrever canções sobre os conhecidos 12 Passos dos Alcoólicos Anônimos. Para quem não os conhece, vamos listar abaixo todos eles:

1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas;

2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade;

3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de um Poder Superior, na forma em que O concebíamos;

4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos;

5. Admitimos perante o Poder Superior, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas;

6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter;

7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições;

8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados;

9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem,

10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente;

11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade;

12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

Sinceramente, lendo os Doze Passos, achei-os meio redundantes e julgo que poderíamos resumí-los em uma meia dúzia no máximo. Não importa agora.

Bem, pela descrição dos Passos, pode-se perceber a carga pesada que um viciado e seus entes enfrentam com a doença. E é com essa carga pesada que Portnoy escreveu as músicas que falaremos a seguir:

1- The Glass Prison

Lançado no álbum Six Degrees of Inner Turbulence de 2002, essa é a primeira da série de músicas que abordam o assunto "AA". Ela é dividida em três partes: Reflection, Restoration e Revelation.

I. Em Reflection, aparecem os primeiros sinais de consciência sobre o vício em álcool.

II. Em Restoration, o alcoólatra aceita sua condição e pede ajuda.

III. Em Revelation, ele finalmente se junta ao AA e começa a viver seus dias de lucidez.

Musicalmente é forte e bonita ao mesmo tempo. Boa faixa de abertura.

2 - This Dying Soul

This Dying Soul, a sequência de The Glass Prison, é uma música lançada no álbum Train of Thought de 2003. É divida nas partes IV e V da série.

IV. A primeira parte se chama Reflections of the Reality (Revisited) e fala da condição de entrega do personagem ao vício. É a auto-reflexão. Apresenta um furioso "diálogo" entre a bebida e o doente. Musicalmente é interessantíssima, com riffs que parecem temas egípcios e um refrão que está entre os meus preferidos.

V. Release é a segunda parte e mostra novamente o protagonista procurando ajuda após o reconhecimento de suas falhas e fraquezas. O tema é bem mais acelerado e termina com uma disputa desenfreada de solos de todos os integrantes. Meio cansativo até, mas ainda assim interessante.


3. The Root of All Evil

As partes VI e VII da série vêm nesta faixa lançada no álbum Octavarium de 2005.

VI. A primeira parte se chama Ready e descreve uma coleção de sentimentos ruins que acompanham o doente e a vontade de exterminá-los. Musicalmente é acelerada e forte, com riffs e refrão poderosos.

VII. A segunda parte, Remove, mostra a difícil luta do alcoólatra contra seu vício e sua vontade de se livrar dele. Uma versão modificada do refrão de This Dying Soul é citado nesta parte. Musicalmente, se parece com Ready.


 4. Repentance

As partes VIII e IX da série vêm nesta faixa lançada no álbum Systematic Chaos de 2007.

VIII. Regret é uma música lenta e arrastada com um curioso arranjo. Fala do arrependimento pelo passado sujo e doente ligado à bebida e a vontade de se desculpar com todos os que foram afetados. O início da música, cita de forma calma os primeiros versos de This Dying Soul.

IX. Restitution é uma instrumental lenta com vocalizações diversas e algumas passagens narradas ao fundo. É o momento de recuperação do doente e de suas desculpas a todos os que machucou.

Na minha opinião, a mais fraca da série.


5. The Shattered Fortress

As três últimas partes fazem parte desta canção lançada no álbum Black Clouds & Silver Linings de 2009.

X. Restraint mostra a constante vigília do protagonista para permanecer lúcido e coibir sua recaída ao vício. Musicalmente é forte, alternando vocais guturais e limpos.

XI. Receive é o grande momento de fé do personagem. Sua entrega à oração e aos caminhos de Deus como instrumento de cura.

XII. Responsible mostra o último passo do AA que é transmitir ajuda a todos os que precisam.


Ao fim da turnê de Black Clouds & Silver Linings, nosso esponja preferido se desligou do Dream Theater para assumir as garrafas baquetas do Avenged Sevenfold, onde permaneceu por poucos meses.

Enfim, recomendo a audição não apenas das músicas citadas acima, mas dos álbuns que as contém. De preferência acompanhado de uma leve cervejinha amiga.

Grande abraço a todos e se beber me chame,

Filipe.